Colecionar figurinha, diz o imaginário popular, é coisa de criança. Mas de quatro em quatro anos, sempre nas Copa do Mundo de futebol, a história se repete: adolescentes, adultos, mulheres e até idosos aderem à brincadeira. O problema é que a troca dos cromos é muito ligada à escola, principalmente ao jogo bafo. Que garoto nunca foi até outro colégio apenas para tentar “rapelar” o acervo alheio?

Para os adultos, reviver essa experiência é quase impraticável – tem chefe que olha feio quando vê um funcionário rasgando um pacotinho. Então o jeito foi usar a internet e, principalmente, o seu aspecto social, para agilizar o compartilhamento.

A principal novidade de 2010 em relação a 2006 é a rapidez da comunicação. Há quatro anos, comunidades do Orkut serviam para colecionadores agendarem encontros em suas cidades.  Isso ainda acontece bastante. Internautas não têm medo de publicarem seus MSN para conversarem e até número de celular o povo deixa nos tópicos. “São todas pessoas de bem, vim duas vezes com meu filho. O bacana é que tem gente de todo tipo”, diz o engenheiro Ricardo Monteiro, 38 anos, que aos finais de semana vai a encontros no vão do MASP, na capital paulista.
 
Quem quiser realizar esse mesmo processo em outras redes sociais, basta pesquisar no Twitter realizadas ao álbum da Copa. Mas isso não tem nada de prático. Muito mais fácil é aderir a outra inovação da vez: a criação de planilhas online para serem divulgadas pelo Twitter, Facebook e outros tipos de redes sociais. Se antes as pessoas anotavam em um pedaço de papel as figurinhas que faltavam e andavam pra cima e pra baixo com um bolo de repetidas, hoje esse processo foi automatizado e ficou muito mais fácil.

O Virgula testou diversos serviços que permitem montar um índice para o álbum da Copa do Mundo da África do Sul e o que se saiu melhor foi o Collectalbum. Ele tem um mapa com todos os cromos do álbum. Cabe a você selecionar quais já têm e aquelas são repetidas. Detalhe: ele é um programa desenvolvido para o Twitter, então é preciso autorizar que ele acesse sua conta.

Feito isso, ele exibe quem dos seus amigos estão cadastrados no programa e qual o status deles naquele momento. O mais bacana é que ele cria um link personalizado de seu perfil, para você divulgá-lo para todo mundo – e ter mais chances de terminar o álbum logo.

O mais divertido dessa nova maneira de trocar figurinhas é que os meios podem mudar, mas os fins continuam os mesmos. Ou seja: o contato físico ainda é necessário.  “Troquei figurinhas com amigos do Twitter de anos. A gente sempre combinava de se conhecer, mas nunca dava certo. Quem diria que um álbum de figurinhas seria responsável por isso?”, resume a pedagoga Kamila Toledo, de 29 anos.


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Tecnologia ajuda adultos a trocarem figurinhas do álbum da Copa

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