Os preços das casas subiram nos Estados Unidos pelo segundo trimestre consecutivo, mas ainda estão 8,9% mais baratas que há um ano, por isso quase um entre cada quatro americanos com hipotecas mantêm uma dívida superior ao valor real de seu imóvel.
A agência de qualificação Standard & Poor’s divulgou nesta terça-feira (24) os dados correspondentes ao terceiro trimestre do ano do índice Case-Shiller, que mede a evolução dos preços nas casas unifamiliares nos maiores núcleos urbanos americanos.
Segundo esse índice, entre julho e setembro, as casas subiram de preço 3,1% nos Estados Unidos em comparação aos três meses anteriores, quando já registraram um aumento semelhante.
Além disso, embora os preços ainda reflitam uma queda de 8,9% em relação a um ano atrás, a agência lembrou que, no segundo trimestre do ano, essa queda anual era de 14,7% e, nos primeiros três meses do ano, chegava a 19%.
“Vimos uma melhora generalizada nos preços da casa durante os últimos seis meses”, disse o presidente do comitê do índice Standard & Poor’s, David Blitzer, ao anunciar estes dados.
O subíndice que mede a evolução dos preços nas 20 maiores cidades do país registrou o quinto aumento mensal consecutivo em setembro, ao aumentar 0,3% com relação ao mês de agosto.
Por áreas geográficas, Las Vegas voltou a ser a cidade mais prejudicada pela frágil situação do mercado, já que acumula 37 meses consecutivos de quedas e os preços das casas já estão 55,4% inferiores a respeito dos máximos registrados antes da crise.
A queda acumulada de preços desde o estouro da bolha imobiliária neste país fez com que muitos proprietários não pudessem vender suas casas para se livrar de hipotecas que, algumas vezes, tinham cotas mensais que disparavam, enquanto o desemprego aumentava e a economia estagnava.
Segundo relatório divulgado pela firma First American CoreLogic, 23% dos americanos que atualmente estão na hipoteca – 10,7 milhões de pessoas – devem mais ao banco do que vale sua casa.
As chamadas hipotecas “submarinas” (nas quais o valor patrimonial líquido é negativo) são especialmente frequentes em Nevada, onde 65% dos empréstimos hipotecários são maiores que o valor do imóvel, assim como no Arizona (48%), Flórida (45%), Michigan (37%) e Califórnia (35%), segundo o relatório.
Os preços das casas caíram ao ponto que 5,3 milhões de famílias nos Estados Unidos estão ligadas a hipotecas que são pelo menos 20% superiores ao valor da casa.