O primeiro-tenente da Força Aérea Brasileira (FAB) Carlos Wagner Ottone Veiga declarou em uma coletiva realizada no domingo (2) em Manaus que uma perda de potência no motor do C98 Caravan impediu o prosseguimento do voo que ia de Cruzeiro do Sul (AC) a Tabatinga (AM). Houve ainda aumento de temperatura do motor da aeronave que fez um pouso forçado na última quinta-feira (29). Das 11 pessoas que estavam na aeronave, nove sobreviveram.

Segundo ele, o avião estava a cerca de 3 mil metros de altura. “Várias coisas podem ter acontecido e ainda não é possível especificar porque houve a perda de potência”, disse. Do momento em que se percebeu o problema até o pouso forçado, ele estima que tenham passado 5 minutos.

Ainda segundo Veiga, um cheiro de fumaça foi sentido minutos antes do pouso sobre a água. Ele estima que a aeronave estivesse a cerca de 160 km/h no momento do pouso e afirma que o motor foi desligado segundos antes de aterrisar.

Além do tenente Veiga, dois tripulantes sobreviveram ao acidente: o tenente José Ananias da Silva Pereira e o primeiro-sargento Edmar Simões Lourenço. Essa foi a primeira vez que os três militares se apresentaram à imprensa para conceder entrevista.

Durante a coletiva, eles confirmaram que o suboficial Marcelo dos Santos Dias, que não sobreviveu, chegou a sair da aeronave, mas não souberam dizer o porque de ele não ter conseguido chegar à margem do igarapé.

“Dos 11 passageiros, dez conseguiram sair e conseguimos contar esses dez ainda nadando, antes de chegar à margem do igarapé. A correnteza era muito forte, mas todos se ajudaram.”

Veiga contou também que, para passar a noite na mata, o grupo acendeu duas fogueiras para afastar os mosquitos e evitar a aproximação de animais da selva já que a área não é habitada.

“Não houve momento de pânico generalizado. Fizemos uma oração e ficamos tristes pelas vidas perdidas, mas no amanhecer do dia seguinte já começamos a ouvir o barulho das aeronaves [que faziam as buscas]”.

O comandante do 7º Comando Aéreo Regional, major-brigadeiro do ar, Jorge Cruz Souza e Mello, confirmou que a retirada da aeronave do local do acidente ainda levará alguns dias para ser feita.

Na segunda-feira (2) um equipamento para puxar a aeronave do rio foi levado ao local. “Amanhã uma equipe de desmontagem sairá de Manaus para o local. Por enquanto, o plano é, a partir de quarta-feira, começar a desmontar o avião para facilitar o deslocamento”, disse Mello.


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Perda de potência impediu que voo da FAB prosseguisse, diz comandante

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