O sol apareceu para amenizar o frio, mas o público demorou para chegar. E a 13ª Edição da Parada Gay da cidade de São Paulo começou com um ligeiro atraso, por volta das 12h30. Bom para quem chegou cedo, entre 10h e 11h, e pôde conferir a avenida Paulista, um dos principais cartões postais da cidade, sem carros, sem barulho, sem poluição e sem (quase) ninguém. Bom para um grupo de ciclistas que trafegava livremente ao lado do canteiro central. Ah, se todo dia fosse assim…

Do cenário utópio ao colorido, a Parada Gay ganhou forma timidamente. Por volta das 11h, os 20 trios elétricos se alinharam na contra-mão da pista sentido Paraíso e a sonzeira começou de modo aleatório. Enquanto isso, os participantes disputavam espaço nos trens de metrô e lutavam para sair da estação Trianon-Masp. Mas o reflexo na avenida Paulista ainda era pequeno.

Já, por volta do meio-dia, horário previsto para o início da caminhada rumo à praça Roosevelt, muita gente ocupava a Paulista na região do Masp. O mesmo não acontecia entre o museu e a Avenida Brigadeiro Luis Antonio. Com a lotação na estação do museu, o jeito era descer na Brigadeiro e caminhar até o aglomerado.

Às 13h, a 13ª edição da Parada Gay finalmente parecia corresponder às espectativas de 3,5 milhões de pessoas. Trios passando, sons variados, balões coloridos no céu e, é claro, muitos gays, lésbicas, bissexuais, travestis, jornalistas, curiosos, policiais, ambulantes e até quem não sabia o que estava fazendo.

O governador José Serra (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) marcaram presença, é claro. Tiraram algumas fotos e deram declarações de apoio ao movimento. Inclusive, Serra disse que apoia a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Tudo conforme o protocolo.

Por volta das 15h30, o último trio deixou a avenida Paulista. Alguns tinham até terminado o percurso. Mas muita gente não desceu a Consolação e preferiu ficar no lugar onde tudo começou.

Às 18h, a avenida voltará a ser como antes assim que terminar a
varredura da Polícia Militar. Carros, motos, ônibus. Buzinas, freadas e
pedestres apressados no cartão postal da cidade.

Ao que parece, o evento não chegou aos 3,5 milhões, mas reunir tamanha multidão nunca foi a prioridade dos organizadores. A intenção da Parada Gay é combater a homofobia. Ou melhor, deixar uma mensagem de repúdio a qualquer tipo de preconceito, muito além de uma simples estimativa de público.


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Parada Gay movimenta milhões de pessoas e muda a rotina na avenida Paulista