O Zimbábue enfrenta um déficit em massa em ajuda humanitária, o que expõe a população zimbabuana à fome e às doenças, principalmente o cólera, disse hoje em Harare um representante das Nações Unidas.

Em declaração divulgada na primeira comemoração do Dia Humanitário Mundial, o coordenador da assistência de emergência da ONU no Zimbábue, Agostinho Zacarias, afirmou que os doadores de ajuda conseguiram reunir só 44% dos fundos necessários para auxiliar os necessitados neste país.

“Só 44% dos US$ 718 milhões necessários (para atenuar a situação de emergência) no Zimbábue foram reunidos até finais de julho de 2009”, disse Zacarias, que especificou que a falta de alimentos e o cólera continuam sendo a maior ameaça neste país.

Durante a epidemia de cólera do ano passado no Zimbábue cerca de 100 mil pessoas foram infectadas, das quais mais de 4.200 morreram devido, principalmente, ao fechamento da maioria dos hospitais públicos por falta de provisões e financiamento para sua manutenção.

Em pouco mais de um mês será novamente temporada de chuvas no sul da África e, com ela, aumentará o risco de uma nova epidemia da doença nos países que, como o Zimbábue, não possuem infraestruturas médico-sanitárias adequadas.

A situação no Zimbábue poderia adquirir contornos de desastre nacional porque os médicos dos centros públicos do país se encontram em greve há três semanas para exigir que os salários – de US$ 370, em média – sejam aumentados para US$ 3 mil ao mês. Em contrapartida, o Governo oferece um aumento de US$ 48.


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ONU denuncia que falta dinheiro no Zimbábue para ajuda humanitária

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