Por afetar com intensidade os mercados financeiros, a crise internacional reduziu o número de milionários em todo o mundo.

De acordo com o relatório anual World Wealth Report, do banco Merrill Lynch Global e da Capgemini, o número de pessoas que possuem riquezas entre US$ 1 milhão a US$ 30 milhões caiu 14,9% no mundo em 2008, para 8,6 milhões.

O resultado é o pior já registrado pelo levantamento nos 13 anos que ele é realizado. A soma das riquezas dos milionários caiu 19,5%, chegando a US$ 32,8 trilhões, o menor nível desde 2005. Os responsáveis pela pesquisa destacam que nunca tinham visto uma queda dessa magnitude.

Os dados do estudo servem para comprovar também que o Brasil foi uma das economias menos afetadas com a crise. Em nosso país, o número de milionários apresentou um recuo de 8,4% em 2008, ficando em 131 mil.

Durante o ano passado, 12 mil pessoas deixaram de ter ao menos US$ 1 milhão. Em contrapartida, em 2007, o volume de brasileiros milionários havia avançado 19,1%.

Comparando as perdas dos ricos brasileiros, elas foram bem inferiores a de outros países. Por exemplo, somente nos Estados Unidos, onde a crise do sistema financeiro teve origem, a queda foi de 18,5%. Já o Reino Unido teve um recuo de 26,3%, para um total de 362 mil britânicos que ainda são milionários.

Com tantas perdas em diversos países, agora o Brasil possui mais milionários do que a Austrália e a Espanha, nações de primeiro mundo. Agora o país é o décimo colocado no ranking e está atrás de Estados Unidos, Japão, Alemanha, China, Reino Unido, França, Canadá, Suíça e Itália. Somente os três primeiros somam 54% dos milionários de todo o mundo.

Mesmo tendo perdido 18,5% de seus milionários, os Estados Unidos ainda possuem 2,5 milhões das pessoas com mais de US$ 1 milhão. No Japão, esse total é de 1,3 milhão e na Alemanha ficou em 810 mil. A grande novidade é a China, que com 364 mil, superou os britânicos neste quesito.


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Número de milionários despenca em 2008; Brasil foi um dos menos afetados