No dia 13 de dezembro, é comemorado o Dia Nacional do Forró, em homenagem à data de nascimento do rei do baião e fundador do gênero, o músico Luiz Gonzaga.

Embora seja um gênero que hoje pode ser ouvido nas rádios e festas de todo o Brasil, o forró é um estilo musical típico do Norte e do Nordeste, e que surgiu em comemorações juninas e nos terreiros das usinas. Após boas colheitas e em ocasiões especiais, os trabalhadores se reuniam para dançar, tendo como guia musical as sonoridades que vieram do baião, estilo consagrado por Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.

Começou apenas com o baião, mas foi longe – após receber a influência de diversos outros estilos, o forró começou a se transformar em um gênero que unia elementos completamente díspares, em um som multicultural e democrático.

O forró que conhecemos hoje recebeu influências de ritmos folclóricos, do xote, do xaxado, do baitão tradicional, da quadrilha e do coco – chegando ao ponto de dialogar com facilidade com estilos como o samba, o tecnobrega e o funk.

Para comemorar o Dia do Forró, o Virgula Música fez um be-a-bá do gênero, falando um pouco sobre os três principais estilos do forró: o tradicional, representado pelos mestres Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, o forró universitário, que vem conquistando cada vez mais público a partir da explosão do grupo Falamansa, e o forró eletrônico, representado por grupos como o Calcinha Preta.

Forró tradicional – Sem as figuras de Luiz Gongaza e Jackson do Pandeiro, o Brasil hoje não teria um conhecimento tão amplo da música nordestina, extremamente rica e diversificada. Com sua sanfona de oito baixos, Luiz Gonzaga disseminou estilos como o baião, o xaxado e o coco, além de ter contribuído com composições como No Meu Pé de Serra, Baião de Dois, Vozes da Seca e ABC do Sertão.

Quando era moleque, Jackson do Pandeiro também queria tocar sanfona, mas se contentou com o presente dos pais – um pandeiro. Sua interpretação peculiar transformava os habituais baiões e marchinhas de Carnaval em obras primas, e músicas que se tornaram clássicos em sua voz, como Lágrima e Um a Um, são regravadas até hoje.

Nos vídeos abaixo, você assiste Luiz Gonzaga cantando Sanfoninha Choradeira com Elba Ramalho, e Jackson do Pandeiro cantando Sebastiana.

Forró Universitário – Assim como o sertanejo universitário, o forró universitário não é bem visto pelos puristas do gênero, mas é um dos grandes responsáveis pela disseminação do estilo pelo Brasil. A partir do enorme sucesso do grupo Falamansa, que vendeu mais de um milhão de cópias de seu primeiro álbum, Deixa Ela Entrar, o gênero explodiu nas rádios e nos programas de televisão.

As melodias pensadas para grandes plateias e a liberdade das composições e dos arranjos (muito influenciados por outros estilos de música pop) são o carro chefe de grupos como o já citado Falamansa e o Rastapé. Abaixo, os vídeos de Xote da Alegria, do Falamansa, e Colo de Menina, do Rastapé.


Forró Eletrônico – Se o forró universitário algumas vezes encontra obstáculos para ser aceito dentro do gênero, o forró eletrônico enfrenta uma resistência ainda maior – não importa o quanto grupos como Calcinha Preta e Limão com Mel estourem nas rádios de todo o país, muitos ainda vêm o estilo com suspeita.

Entretanto, os grupos não parecem estar muito preocupados: em uma entrevista, o Calcinha Preta afirmou inclusive que considera o forró eletrônico como uma evolução do gênero, porque traz ao estilo a tecnologia. Nascido no fim dos anos 90, o forró eletrônico dialoga com o funk e o tecnobrega, deixando de lado os tradicionais triângulo, sanfona e pandeiro para trabalhar com bases eletrônicas e samples.

Veja abaixo o Calcinha Preta cantando Você Não Vale Nada, Mas eu Gosto de Você, e o Limão com Mel interpretando a música Voltei.


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No Dia do Forró, veja um be-a-bá sobre o gênero