Após o recesso, o Senado retoma suas atividades nesta segunda-feira (3) no auge da crise institucional. Ao contrário da estratégia prevista pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que apostava no período de folga para amenizar o desgaste de sua imagem, o caldeirão ficou ainda mais quente.

A estratégia definida por dezenas de senadores consiste em pressionar Sarney para que deixe o cargo até quarta-feira (5) pela manhã, antes da reunião do Conselho de Ética que vai analisar onze ações contra o parlamentar. Caso Sarney resista, entrará em cena um movimento de boicote nas sessões presididas por ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Além da pressão da oposição, Sarney volta ao plenário enfraquecido, já que senadores da base aliada prometem sugerir seu afastamento do cargo.

Lideranças

Amigo de Sarney, o senador Marco Maciel (DEM-PE) deve encabeçar o grupo que tentará convencer o presidente do Senado a abrir mão do cargo. Maciel terá a missão de explicar a Sarney o risco de constrangimento que sofrerá em plenário se insistir em permanecer no comando do Senado.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos parlamentares que pedem a intermediação de Maciel para negociar a saída de Sarney, fez ontem um apelo para que ele renuncie. Ele também confirmou a possibilidade de esvaziamento do plenário, na presença de Sarney como presidente das sessões. “O plenário vai se tornar inabitável”, disse Simon ao jornal O Estado de S. Paulo.

Colega de partido e ex-presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) reforçou o coro pela saída de Sarney até quarta-feira. “Se o Conselho de Ética arquivar tudo e o senador continuar no cargo, as coisas serão radicalizadas e o Legislativo sofrerá um processo de paralisia, que levará a um confronto em plenário”, disse. “A saída seria uma iniciativa razoável para evitar esse quadro.”


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Na volta do recesso, senadores ameaçam boicotar Sarney até a renúncia

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