Quem presenciou a apresentação história do Radiohead em São Paulo também teve que agüentar o lado sombrio da história. A organização do Just a Fest deu o que falar, já que na saída do show cerca de 30 mil pessoas tiverem que se espremer em uma única saída estreita, sem nenhuma iluminação e cheia de galhos e buracos no chão. A verdadeira manada humana não provocou um desastre por milagre, e a organização catastrófica do Just a Fest só não estragou a noite em São Paulo porque Thom Yorke fez um trabalho muito bem feito no palco.

A falta de organização do evento, entretanto, não vai ficar só na lembrança. O jornalista Eduardo Nasi resolveu levar o caso adiante e denunciou a organização do Just a Fest para o Ministério Público. A reclamação vai além do desastre final do show, já que o relatório dos problemas do evento também inclui o preço abusivo do estacionamento oficial – que cobrou R$35 reais para quem quisesse colocar o carro em um terreno descampado e sem segurança – a falta de orientação da CET para quem estava de carro e a ausência de transporte público próximo ao local do show. Os pouquíssimos ônibus que circulavam no horário em que o Just a Fest terminou estavam lotados, e os bolsões de táxi cobraram preços extorsivos e não organizaram a frota para atender à demanda dos 30 mil presentes no evento. O jornalista também reclamou que as catracas na entrada da Chácara do Jockey ficavam com os ingressos retidos, o que impedia que os consumidores reclamassem posteriormente porque não podiam provar que tinham comparecido ao show.

A organização do Just a Fest liberou uma nota oficial respondendo às acusações. Segundo o texto, todos os alvarás necessários para a legalização do evento foram providenciados, e a logística para proporcionar o conforto e a segurança necessários para as 30 mil pessoas presentes foi impecável. “Toda a logística e planejamento de acessos, saídas, estruturas e demais foram elaborados em conjunto com os entes públicos, a saber: CET , Polícia Militar, Contru, Sub-Prefeitura do Butantã, Guarda Civil Metropolitana e Corpo de Bombeiros”.

O Ministério Público ainda está avaliando a queixa feita pelo jornalista, que foi feita no início de abril.

E você, acha que tudo vai acabar em pizza ou que o exemplo do Just a Fest vai servir para melhorar a estrutura de shows de artistas internacionais no Brasil?


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Ministério Público analisa queixas contra o Just a Fest em São Paulo