O presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou, nesta sexta-feira, o desaparecimento das florestas nos países mais ricos, dos quais disse que “terão que pagar” para proteger o que resta de flora nas nações menos desenvolvidas. Durante ascomemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, Lula afirmou que os países mais ricos do mundo construíram seu poderio econômico “desmatando o que tinham” e que as nações mais pobres agora tentam preservar “o que sobrou”.
“Temos o que os países ricos não têm mais”, assegurou Lula, ao mesmo tempo em que criticou as pressões das nações mais desenvolvidas para que se contenha o desmatamento em regiões como a Amazônia. “Que nenhum (dos países ricos) imagine que a Amazônia é deles, porque a Amazônia é nossa, é brasileira, é verde e amarela”, assegurou, em alusão às cores da bandeira.
Lula sustentou que seu governo colocou em prática diversos programas que garantem a proteção do meio ambiente na Amazônia, mas que também permitem o desenvolvimento da região.”Nós queremos preservar (a Amazônia), mas também devemos cuidar de 25 milhões de seres humanos (que vivem nessa região) e querem ter um automóvel, uma geladeira, televisão e todas as coisas que todo mundo deseja”, declarou.
Apesar de o Brasil figurar na lista dos dez maiores emissores de gases poluentes do planeta, Lula lembrou que o país está no meio de um processo para reduzir a poluição e que parte desse plano é uma mudança de sua matriz energética. “Se há um país que precisa reduzir suas emissões de gases são os Estados Unidos (que lideram a lista de países emissores) e depois China e outras nações desenvolvidas”, sustentou Lula, afirmando que “42% da matriz energética brasileira já é limpa”.
Em um ato realizado na localidade de Caravelas, no interior da Bahia, Lula também anunciou a criação de quatro novas reservas florestais, que em conjunto abrangerão uma superfície de 4,8 mil quilômetros quadrados.
Nessas áreas serão permitidas atividades agrícolas centradas na produção de castanhas e de frutos nativos, como o cupuaçu e o açaí, mas tudo sem que se permita o desmatamento.