Ainda não está claro qual será o papel do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP -15), avalia o pesquisador do Centro Nacional de Referência em Biomassa, José Roberto Moreira. É difícil, antes da ocorrência do evento, você dizer se a situação do Brasil é confortável, se ele vai ter uma atuação de liderança, disse em entrevista à Agência Brasil.
Para o pesquisador, as posições apresentadas pelos governos até o momento são parciais e somente se saberá quem está à frente das discussões quando começarem as negociações.
Ele ressaltou que como a posição brasileira, até o momento, está baseada em compromissos voluntários, um outro país que apresente metas compulsórias poderá ter mais prestígio. Pode ser até que a União Europeia tenha uma proposta mais exuberante, considerou.
Na opinião do coordenador do Programa de Mudanças Climáticas e Energia da WWF, Carlos Rittl, o Brasil chegará a Copenhague em uma posição confortável para cobrar compromissos dos países mais ricos. O Brasil chega em uma posição boa para cobrar dos países desenvolvidos sobre a sua responsabilidade, afirmou.
Rittl destacou que o anúncio das metas brasileiras foi importante para que outros países, como a China e os Estados Unidos, adotassem compromissos semelhantes nos últimos dias. Acho que o fato do Brasil apresentar seus números ajudou a trazer um ânimo diferente para o processo internacional.
Aguardar o posicionamento das outras nações tem sido, segundo Rittel, uma regra desde o encontro preparatório para a conferência ocorrido na Espanha no início do mês. A gente saiu de Barcelona, na última rodada de negociações da Convenção do Clima, com muita incerteza. Vários países adotando uma posição de espera, aguardando o movimento de outros países para então apresentar suas propostas. Aquela corrida que parece que o último será o vencedor, mas que infelizmente perdem todos.