Uma das maiores expectativas do setor industrial em relação a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de Copenhague (COP-15) é em relação ao financiamento para a adoção de tecnologias menos poluentes. “O debate que precisa ser trazido é o critério econômico. Porque no final das contas, quem vai realizar as reduções é a sociedade brasileira como um todo”, afirmou o gerente executivo de Competitividade Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Augusto Jucá.

A questão crucial, segundo ele, é a divisão dos custos e os benefícios da redução de emissões de carbono. “O benefício global de manter o clima estável é para todos, se divide por si mesmo. Com quem que fica o ônus das mudanças estruturais? Isso que não está tão claro quanto poderia estar”, ressaltou Jucál.

O representante da CNI defende que a indústria só comece a por em prática um plano mais arrojado de redução de emissões quando os mecanismos de recompensa e financiamento estiverem claramente definidos. “Você tem que criar fundos, criar mecanismos de financiamento, que medem, reforçam e verificam como os financiamentos vão possibilitar que os países em desenvolvimento possam reduzir [as emissões]”.

Jucá afirmou ainda que com base na prévia do inventário de emissões até 2005, apresentado na última semana pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, a indústria não tem aumentado a sua participação percentual de emissões de carbono. O relatório aponta, no entanto, que houve um aumento global de 62% no total de poluição emitida em 2005 em relação a 1990.


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CNI espera que Conferência do Clima defina financiamento para tecnologias menos poluentes