Cerca de 750 jovens estão reunidos no Rio de Janeiro, de hoje (4) até o próximo domingo (6), para participar do 1º Encontro Latino-Americano de Estudantes Secundaristas. É a primeira vez que estudantes brasileiros e de outros países da América Latina discutem, em um evento formal, as dificuldades e possíveis soluções para promover melhorias no sistema de ensino de cada região.

De acordo com o presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Ismael Cardoso, a finalidade é estimular a troca de experiência entre os representantes das nações vizinhas.

“A América Latina, sob diversos pontos de vista, tem características parecidas e realidade semelhante. Não é só no Brasil, por exemplo, que os estudantes sofrem dificuldades no acesso à universidade pública. Vamos discutir também a necessidade de se melhorar o transporte para os estudantes, de modo que seja garantido o direito de ir e vir dessa parcela da população.”

Além desses assuntos diretamente relacionados à melhoria da infraestrutura educacional, os estudantes querem debater temas que invadem o campo político, como o reforço das bases militares norte-americanas no continente e a destinação dos recursos provenientes da exploração do petróleo na camada pré-sal.

“A falta de recursos para a educação é um dos maiores problemas que enfrentamos no país. Por isso, destinar 50% do Fundo Social, que será criado, à educação é uma boa forma de estabelecermos uma educação de qualidade a médio e longo prazos.”

Ao longo da programação, que se estende por três dias, e ocorre simultaneamente ao 12º Congresso Nacional de Entidades Estudantis (Coneg), serão promovidas apresentações artísticas, feira de ciências, atividades de valorização da prática esportiva e de preservação ambiental. Ao fim do evento, a Ubes vai lançar a Jornada de Lutas em Defesa da Cultura, que vai propor um calendário de passeatas e manifestações pelos países latino-americanos por uma educação de qualidade.

De acordo com dados do Ministério da Educação, o Brasil tem atualmente cerca de 10 milhões de alunos no ensino médio.


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Jovens latino-americanos debatem no Rio ações para melhorar ensino