Leonard Kleinrock, professor de informática da UCLA e responsável pelo primeiro envio de uma mensagem entre dois computadores ligados em rede, anunciou que, daqui a dez anos, teremos internet até na ponta dos dedos.


 


Em 29 de outubro de 1969, o pesquisador, hoje com 75 anos, utilizou o sistema conhecido como Arpanet, desenvolvido pelo Governo, para enviar uma mensagem de um computador em Los Angeles para outro em San Francisco.


 


A inédita transmissão de um texto simples (log) por computadores interconectados, frustrada pela primeira “queda” de uma rede na história da informática, passou a ser considerada o início daquilo que hoje conhecemos como internet, cuja popularização começou nos anos 1990.


 


“Minha motivação para desenvolver esta tecnologia era fazer os computadores falarem uns com os outros”, disse Kleinrock à Agência Efe.


 


Durante um evento comemorativo organizado pela Faculdade de Engenharia da UCLA, o pesquisador afirmou ter imaginado a propagação da web pelo mundo e a integração dos sistemas à vida cotidiana, mas não o surgimento de redes sociais como o Facebook e o MySpace.


 


“Dei-me conta disto quando apareceu o e-mail. Tratava-se de uma comunicação entre pessoas, não entre máquinas”, declarou.


Segundo Kleinrock, o desenvolvimento social da internet continua sendo o mais difícil de se prever atualmente. Mas, quaisquer que sejam os serviços que surgirem na rede, para o pai da internet o certo é que o futuro será “como um filme de ficção científica”.


 


“Tudo estará baseado na tecnologia integrada, na nanotecnologia, em pequenos sensores que saberão como você é, conhecerão suas preferências e se adaptarão às suas necessidades e aos seus gostos”, acrescentou.


 


Na próxima década, a internet sairá da tela do computador para as paredes de edifícios, escritórios e casas, até chegar às “unhas dos dedos ou aos óculos”, destacou Kleinrock.


 


Um dos desafios para o desenvolvimento desta realidade é a criação de um sistema de interação simples entre os usuários e os dispositivos de informática.


 


“O telefone, o PC, tudo isso é muito complicado porque estes equipamentos estão cheios de funções e as pessoas não sabem como tirar o máximo proveito disso. Há uma enorme pesquisa em curso agora para melhorar a interação tecnológica”, disse.


 


Para Kleinrock, após quatro décadas de existência, a internet chegou a um ponto sem volta, no qual os conteúdos superaram a tecnologia como motor que impulsiona seu desenvolvimento.


 


“Até pouco tempo atrás, era o contrário. Os aplicativos tentavam pegar o ritmo da informática para tirar partido disso”, afirmou. No evento desta quinta-feira, Kleinrock posou para fotos junto ao computador do qual emitiu a primeira mensagem via rede. A máquina tem mais de dois metros de altura e é equipada com um processador que tem “menos potência” que o de um relógio de pulso.


 


O cientista também lembrou que, no começo da internet, não havia tanta preocupação com a segurança, porque na época todos os que estavam conectados se conheciam.


 


Também convidado para as comemorações dos 40 anos da internet, Nicholas Negroponte, diretor do laboratório de mídias do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), destacou a importância da web para promover a formação infantil nos países em desenvolvimento.



 


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Internet faz 40 anos com futuro de ficção científica pela frente