O Information Society, autor de hits dançantes como What’s On Your Mind, Walking Away e Think, mantém desde o final dos anos 80 um curioso caso de amor com o Brasil.

A exemplo de artistas como Men At Work, Iron Maiden, a-ha e Gloria Gaynor, o IS exerce uma estranha magia sobre os brasileiros e já provocou por aqui cenas de fanatismo extremo, com direito a extensa agenda de shows que já os levou aos cantos mais remotos deste Brasilzão.

Tudo começou em 1988, quando o grupo aportou por aqui com o recém-lançado disco de estreia embaixo do braço e uma lista de compromissos que incluía de aparições no programa do Faustão a shows de Manaus a Ribeirão Preto.

O ápice de carreira não por acaso também aconteceu por aqui. Foi em 1991, quando a banda se apresentou para um público de dezenas de milhares de pessoas no Rock in Rio 2, ao lado de artistas como Guns ‘n’ Roses, Faith No More, Prince e George Michael.

Dezoito anos depois do Rock In Rio, o Information Society retorna ao país, divulgando disco novo, Synthesizer, em busca de fãs saudosos e, por que não, de um novo corpo de tietes.

Com shows marcados desta sexta (7/8), no Rio de Janeiro, até a próxima (14/8), em Ribeirão Preto – passando por BH (8/8), SP (12/8) e Curitiba (13/8) –, o grupo retorna com sua formação original, depois de tentativas mornas com outro vocalista. Será que Kurt Haland, o vocalista original, voltará aos palcos brazucas usando patins? Hoje pode parecer bobo, mas nos anos 80, o som eletrônico, o figurino futurista e, principalmente, o cantor zanzando sobre patins fazia com o grupo parecesse vir de Marte e não da simpática Minneapolis, sua cidade natal.
 
Pouco provável que Haland reative os patins, afinal lá se vão 20 anos desde a animada turnê brasileira. O Virgula falou por telefone com James Cassidy, baixista e tecladista original do IS, sobre esta nova empreitada pelo país e descobriu que ele certamente conhece mais cidades por aqui do que eu e você juntos. Leia a seguir a entrevista:

Virgula – Vocês são reis no Brasil. Conta um pouco sobre a experiência de vocês por aqui, por favor.       
James Cassidy – Estivemos em 28 cidades diferente no Brasil. Com certeza, a gente conhece melhor o país do que muito brasileiro. E olha que não é nada fácil se locomover em várias partes do Brasil, tipo no Norte. Tocamos de Porto Alegre a Salvador, passando por Natal, Fortaleza, Aracaju, Manaus, Brasília. Foi incrível. Sempre tivemos um tradutor por perto, mas também gostávamos de ir sozinhos a alguns lugares mais remotos tomar cerveja, fazer amigos e jogar sinuca.

Virgula – Dá pra dizer que o show no Rock In Rio 2 foi o ponto alto da carreira de vocês, né?
James Cassidy – Ainda me arrepio pensando no show do Rock In Rio, foi realmente o highlight da minha carreira, acho que apenas o Guns ‘n’ Roses teve uma plateia maior que a nossa no festival. Aquilo era umas dez vezes o tamanho de um campo de futebol, foi muito difícil tocar ali, não dava pra ouvir direito que estávamos tocando e, no instante em que subimos no palco, começou a chover muito. Foi muito emocionante e estranho ao mesmo tempo. Depois do show fomos de volta pro hotel e pudemos ver o show pela TV, foi uma egotrip e tanto. Lembro do povo tentando virar nosso ônibus na saída do festival. Não espero viver isso de novo nunca mais, foi o máximo de fama que meu coração pode aguentar.

Virgula – Por que vocês acham que rolou essa sintonia toda com o Brasil?
James Cassidy – Em 88 foi uma questão de timing. Tudo conspirou pra gente ser o artista mais pop no momento. As primeiras duas visitas ao Brasil foram inesperadas. A primeira vez que nos falaram em ir ao Brasil eu pensei “mas o que vamos fazer lá”. Brasil nunca tinha passado pela minha cabeça como algo possível. Depois dos show do Brasil, em 91, parei de trabalhar com música por 10 anos.

Virgula – Você largou a música por tanto tempo. O que o fez querer voltar com o Information Society?
James Cassidy – Tudo aconteceu por causa de um programa na VH1, chamado Bands Reunited. Eles nos ligaram em 2006 pra provocar a nossa reunião. A gente topou, fizemos um show, e a resposta foi ótima. Aí várias ofertas começaram a pipocar. A gente resolveu fazer, mais pela diversão.

Virgula – Vocês estão esperando um público saudosista ou novos fãs nos shows do Brasil?
James Cassidy – Acho que vai ser divertido tocar pra um público de 16 anos. Acho q eles já ouviram nosso som, através dos pais deles. Esperamos uma reunião de gerações nos shows, isso seria incrível.

Virgula – Vocês não se sentem presos ao passado?
James Cassidy – Quando a gente começou a tentar se manter no auge, passado o primeiro boom do nosso sucesso, não conseguimos. Vimos que forçar uma barra pra ficar no topo não vinga. Acho que agora estamos mais soltos, cada um dos integrantes ganha dinheiro exercendo outra profissão… não dependemos do Information Society pra pagar nossas contas, eu sou professor da Oregon State University. Agora que estamos mais relaxados com essa questão, estamos conseguindo nos divertir bem mais. Esperamos ver todo mundo lá curtindo esse sentimento com a gente.

INFORMATION SOCIETY NO BRASIL

Rio de Janeiro
Quando: 07 de agosto, a partir das 21h30
Local: Vivo Rio – Av. Infante Dom Henrique, 85,  www.vivorio.com.br
Quanto: de R$ 80 a R$ 250

Belo Horizonte
Quando: 08 de agosto
Onde: Music Hall
Horário: a confirmar

São Paulo
Quando: 12 de agosto, a partir das 21h30
Onde: Via Funchal – Rua Funchal, 65 – www.viafunchal.com.br
Horário: 21h30
Quanto: de R$ 140 a R$ 200,00

Curitiba
Quando: 13 de agosto
Onde: Master Hall – Rua Itajubá, 143. Tel: (41) 3315-0808

Ribeirão Preto
Quando: 14 de agosto, a partir das 21h30
Onde: Taiwan Centro de Eventos. Tel: (16) 3612-0003
Quanto: R$ 80 a R$ 200


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Information Society volta sem patins atrás de novos fãs

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