Que me desculpem aqueles que fazem questão de reviver os anos 80 até o último botão fluorescente, mas não deu. Juro que tentei curtir à beça este show do Information Society, mas nem eu nem 90% do público pagante do Via Funchal de ontem conseguimos. Posso até arriscar que este show vai ser o grande mico musical de 2009. Dia 31 de dezembro a gente volta a se falar.

O show começou às 22h10, com a casa beeeeem mais vazia do que o esperado, mas com o público (ainda) animadão. Sem cigarro na área, mas com várias cervejas rolando, as pessoas aplaudiram muito quando o grupo entrou no palco, sob a luz daqueles malditos celulares-filmadoras que empesteiam qualquer show. Mas nem os celulares resistiram: na terceira música, já repousavam, inertes, nas mãos dos ouvintes, que, sem dançar ou pular, olhavam com olhos de espanto a imensa barriga do vocalista, Kurt.

Não dá pra saber qual parte daquele vocalista ainda é Kurt, aliás. Barrigudo, lerdo, andava de um lado para o outro do palco com baquetas na mão, recitando versos de forma desafinada (mais especificamente, sempre meio tom acima ou abaixo do que deveria ser), e fazendo piadas sem graça  (“A música a-ca-boooou”, repetiu no fim de absolutamente todas as músicas). E o público nem piscava.

Lógico que todo esse terror teve hiatos, na forma dos hits tão esperados, como Repetition, Peace&Love Incorporated, What’s on Your Mind, Walking Away, Slipping Away etc. Nessa hora dava até pra esquecer que o carisma de Kurt estava abaixo de zero, assim como a animação do público, em resposta.

Saí no meio de Repetition, minha música favorita, para ficar com esse gostinho de volta pra casa, e tirar aquele ranço de música embolorada que me assombrou durante o show da noite passada. Bom, você pode me perguntar: “Mas não teve mais nada positivo nesse show?”. No que eu vou te responder: “Opa, as fotos ficaram ó-ti-mas”


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Information Society no Via Funchal: oitentismo embolorado não empolga nem os fãs