Hugh Hefner, o homem que encorajou os americanos a se soltarem a partir das páginas de Playboy, relata em uma coleção de luxo os pormenores de sua vida e os primeiros 25 anos da já “cinquentona” revista que criada por ele.

A autobiografia em seis volumes de uma edição limitada a 1,5 mil exemplares, ao preço de US$ 1,3 mil cada, inclui desde uma reprodução do nu mais lendário da publicação, o de Marilyn Monroe, até lembranças infantis de “Hef”, como o chamam suas “coelhinhas”.

Nascido em Chicago em abril de 1926 em “um lar conservador e puritano”, Hefner diz ter recebido “poucos abraços e beijos quando criança” e confessa ter soltado sua imaginação a partir das histórias em quadrinhos.

Os personagens de Boris Karloff e as histórias de Flash Gordon o inspiraram e o levaram a fazer seus próprios desenhos, que aparecem publicados pela primeira vez em “Uma autobiografia ilustrada: o Playboy de Hugh Hefner”.

As 700 páginas autobiográficas, que o jornal britânico The Independent classificou como “o melhor livro histórico deste século”, relatam, além disso, os amores de Hefner, seus estudos de psicologia, seus anos no Exército e o lançamento da Playboy em 1953.

“Como tenente não gostava de passar tanto tempo fazendo desenhos”, relata no primeiro volume da coleção Hefner, que abandonou o Exército em 1946.

Como não podia ser poderia ser diferente com uma publicação que combinou o erotismo com o conteúdo intelectual, a autobiografia contém não só sedutoras imagens femininas, mas também ensaios de escritores como Norman Mailer, Jack Kerouac e John Updike.

A isso se soma uma entrevista com o reverendo afro-americano e líder dos direitos civis Martin Luther King realizada em 1965, quando a ideia de que os Estados Unidos tivesse um presidente negro era simplesmente impensável.

Além disso, os fãs da publicação erótica por excelência do século 20 receberão com cada coleção um pequeno retalho de um dos pijamas de seda usados por Hefner para receber seus hóspedes em sua mansão de Los Angeles, a qualquer hora do dia.

A obra da editora Taschen, conhecida por seus livros de arte, chegou às livrarias na quinta-feira passada em uma festa em Los Angeles, na qual o octogenário criador de Playboy compareceu com seu novo trio de namoradas, Crystal Harris e as gêmeas Karissa e Kristina Shannon.

Para deixar os convidados à vontade coelhinhas desfilavam com a responsabilidade de manter o ânimo elevado ao manter as taças de champanhe permanentemente cheias.

Hefner se ocupou de socializar com os presentes e de expressar sua opinião sobre alguns temas de candente atualidade.

“Há dois rumores falsos sobre mim nesta semana na internet, um é que estou morto e o outro é que aprovei o comportamento de (o golfista) Tiger Woods porque disse que não me surpreendia”, declarou o empresário à rede de televisão Fox.

“O motivo que não me surpreendesse é porque viaja por todo o mundo, é atraente e jovem e as mulheres charmosas estão sempre em cima dele”, afirmou o fundador de Playboy.

A coleção, que começou a ser vendida no final de novembro, mas ganhou destaque neste mês depois da festa em Beverly Hills, teve boa aceitação da crítica tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos.

“O conjunto coloca os holofotes sobre a criação de uma revista que despertou a revolução sexual”, afirmou o jornal The New York Times.


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Fundador da Playboy relata em 6 volumes a história moderna do erotismo