Familiares de vítimas da repressão durante a ditadura militar pediram hoje a localização e divulgação de todos os arquivos da época, depois que um oficial admitiu o fuzilamento de 41 guerrilheiros.

“Ficou claro que existem arquivos secretos e, se isso for verdade, eles devem ser localizados pelas autoridades”, disse um porta-voz da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, ligada à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, à Agência Efe.

A versão oficial das Forças Armadas afirma que tudo o que estava em seus arquivos já foi publicado e que os supostos documentos secretos não existem ou foram queimados na época da ditadura.

No entanto, os movimentos de direitos humanos afirmam que há “arquivos secretos” guardados nos próprios quartéis ou com oficiais que atuaram na repressão.

O fato foi confirmado na semana passada, quando o jornal O Estado de São Paulo revelou um documento em poder do major Sebastião Curió Rodrigues de Moura, que dirigiu parte das operações contra a Guerrilha do Araguaia e que admitiu que pelo menos 41 combatentes foram capturados vivos, torturados e executados.

A revelação do militar foi publicada dias depois que o Governo anunciou as primeiras 44 indenizações para camponeses da região do Araguaia, que sofreram torturas e perseguições por seus supostos envolvimentos com a guerrilha, que operou entre 1971 e 1975.


int(1)

Familiares de vítimas da ditadura exigem abertura de arquivos