Depois que o grupo de funk curitibano Bonde do Rolê estourou nas paradas internacionais, a vocalista Marina Vello, que agora assina Marina Ribatski, se destacou por suas apresentações cheias de energia e seu escracho e irreverência durante as performances dos batidões nervosos do grupo. Quando saiu da banda, em 2007, Marina radicalizou: foi morar em Londres, casou-se e começou a trabalhar em sua carreira solo.

Em entrevista exclusiva para o Vírgula, Marina disparou a falar sobre suas inúmeras referências e seus diversos trabalhos solo, mas afirmou que mesmo com tanta música na cabeça não se sente mais tão disposta a abalar as pistas. “Sou velha. Só saio para ver bandas que gosto muito e para ir em festas de amigos”. Marina também comentou sobre suas recentes parcerias com músicos, como os DJs Radioclit e Eletronicat, e adiantou que seu álbum solo está em fase de finalização.

Virgula: O que você anda fazendo de projetos pessoais, relacionados ou não à música?
Marina: Estou trabalhando no meu disco solo, que já compus praticamente todo, e agora estou gravando, experimentando e aprimorando. Também estou trabalhando com os DJs e produtores do Radioclit e com o Electronicat, um one-man band incrivelmente talentoso. Ele mora em Berlim, então foi um processo lento para criarmos 3 músicas via internet. Eu e Etienne (do Radioclit) mandávamos um pedaço daqui, ele mandava de lá. No início de abril ele veio aqui pra Londres, e além de terminar as três músicas, fizemos mais três, além de um show curtinho na festa mensal do Radioclit, a Secousse. Foi tosco como todo primeiro show, e muito divertido. Também tenho feito colaborações com outros artistas, como uma música que fiz com o The Count of Monte Christo a.k.a Herve, um dub heavy metal com vocal de paquita menstruada (risos) e um vocal para um cara chamado Severin, para o álbum solo dele (dele é de uma banda francesa chamada One-two). Também fiz vocais pra uma faixa de uns DJs alemães chamados Acid Kids, que foi o primeiro pancadão que fiz desde Me bota pra dançar com o Edu K.

Virgula: O que você ouve de música nacional e internacional?
Marina: Meu artista favorito da cena nacional é o lendário Chucrobillyman, one-man band de Curitiba, minha terra natal. As coisas brasileiras que mais gosto são de lá, como Hillbilly Rawhide e Sick Sick Sinners. Gosto muito da Cibelle também, que mora meio perto da minha casa aqui em Londres. Internacional gosto de BLK JKS, Uproot Andy, Ssion, Rolo Tomassi, Hawnay Troof e Juiceboxxx, mas o que mais tenho escutado ultimamente é velharia, como Talking Heads, Sabbath, Jimi Hendrix, Pink Floyd e uma coletânea de nove discos das músicas favoritas de Lux Interior e Ivy Poison (da banda The Cramps), que tem muito rockabilly e coisas obscuras das décadas de 50 e 60.

Virgula: O que rola de mais legal aí em Londres?
Marina: Meu, eu sou velha! Fico muito tempo em casa lendo, tocando, cozinhando. Prefiro gastar meu dinheiro comprando vinho bom e tomando em casa do que tomando cerveja quente num bar fedorento cheio de gente pretensiosa. Só saio para ver bandas que gosto muito e para ir em festas de amigos. Secousse é uma das festas mais legais, de música africana e mundial. Já teve edições com cumbia, árabe, rockabilly e por aí vai, tem os melhores cocktails tropicais da cidade e as pessoas mais divertidas. Também freqüento muito a Girlcore, que é uma festa onde só meninas podem discotecar.


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Ex-vocalista do Bonde do Rolê está casada em Londres e finaliza primeiro disco

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