O homem do verão de 2011 destacará o seu tronco, enfeitado com colares, como propôs hoje na semana da moda masculina de Paris o belga Walter Van Beirendonck, ou apenas sob estreitas faixas “inspiradas no quimono japonês”, segundo sugerido pelo brasileiro Gustavo Lins.

De acordo com o estilista brasileiro, as costas também poderão ser uma parte do corpo masculino a ficar mais à mostra no próximo verão.

Para isso, os coletes só cobrirão a parte da frente, de acordo com o criador, que hoje apresentou sua primeira coleção masculina, e que até agora era conhecido nas passarelas de Paris pelas suas grifes femininas.

Como um brasileiro apaixonado pelas cores, Lins optou por usar em sua coleção masculina tons claros, brancos, cinzentos, e também alguns escuros, salpicados com explosões de amarelo cítrico, rosa pink e laranja.

Porém, ressaltou à Agência Efe que, se a “indústria não está preparada”, não vale a pena investir em cores que depois não serão produzidas. Mas, a partir de agora, sua nova associação com um industrial belga lhe permitem tal produção.

Muito apreciado pelas suas sutis transgressões dos códigos em vigor: masculino-feminino, interior-exterior, Oriente-Ocidente, luxo-reciclagem, o estilista já mostrava em seu próprio ateliê suas criações masculinas.

Desta vez, ele quis “apresentar de verdade o que há para os homens”, explicou.

Além de reavaliar o uniforme militar para torná-lo urbano e cosmopolita, Lins retrabalhou a peça com objetivos “pictóricos”.

Flexibilização e acabamentos requintados, cortados em couro para afinar a silhueta foram algumas de suas marcas.

A coleção Cerruti elegeu um ambiente completamente diferente, uma galeria de minerais em um jardim botânico, para apresentar sua proposta masculina de impecável elegância, que consiste em calças justas e algumas cores em tons dourados, vermelhos, ou tijolo, e também bermudas muito confortáveis.

Bege, preto e branco foram as cores dominantes da coleção, que foi marcada por conjuntos de uma cor só, brancos por exemplo, embora também avermelhados e azulados; ou também de duas cores.

Os homens da coleção de Walter Van Beirendonck, às vezes muito robustos, sempre alegres e vestidos confortavelmente, poderão brilhar com colares grandes e chamativos sobre seu tronco do corpo desnudo.

Os colares, acessórios inevitavelmente festivos, feitos com pedras vermelhas, negras, transparentes, ou simplesmente pérolas, combinam com calças caqui e beges.

Quando não usam colares, vestem calças marcadas, camisas, em tons alegres ou muito claros, amarelos, vermelhos, rosas, verdes e azuis.

Fora do calendário oficial, uma grife japonesa tomou a torre de Jean sans Peur, único testemunho intacto de arquitetura civil e fortificada da Idade Média em Paris, para mostrar uma coleção inspirada no período azul de Picasso.

Junto com a beleza melancólica das obras do pintor, a grife quis evocar “a hora do dia entre o entardecer e a noite com os mais inesperados tons cinzentos e azuis noite até chegar ao negro, que até agora era a cor habitual e quase única de suas coleções.


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Estilista brasileiro apresenta 1ª coleção masculina em Paris