Buenos Aires, 12 abr (EFE).- A associação internacional Médicos
do Mundo pediu hoje às autoridades argentinas para que declarem
“emergência nacional” diante de “uma epidemia de dengue” que já
teria chegado a 40 mil casos em todo o país, apesar da confirmação
oficial de apenas 8.722 ocorrências.

Em comunicado, a entidade diz que na Argentina há uma “evidente
manipulação ou ocultação” dos dados sobre a dengue, além da
“ausência do Estado em ações de prevenção e controle nos últimos dez
anos”.

A Médicos do Mundo denunciou também que, “desde sexta-feira”,
está confirmado que a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti
chegou à Buenos Aires e a sua populosa região metropolitana.

Segundo a organização, há três casos de dengue em Buenos Aires e
outros 30 em distritos vizinhos à capital, todos eles de pessoas que
não viajaram nas últimas semanas para regiões mais afetadas pela
doença ou a países que também sofrem com ela, como Brasil, Bolívia e
Paraguai.

Até agora, as autoridades de saúde informaram que há seis casos
de suspeita de dengue em Buenos Aires e outros 10 em sua região
metropolitana.

“O direito à informação confiável e fidedigna da população sobre
a epidemia de dengue deve ser respeitado”, destacou a associação
humanitária.

“Há uma complexa espiral de determinantes sociais e econômicas
que claramente geram as condições de desigualdade social propícias
para que os pobres sejam os mais afetados por esta doença”,
ressaltou Gonzalo Basile, presidente da filial da Médicos do Mundo
na Argentina.

“Essa situação tem a ver com o fato de que 15 milhões de
argentinos vivem sem saneamento básico, sem acesso à água potável e
convivem com lixões a céu aberto”, disse Basile.

O ministro da Saúde da província de Buenos Aires, Claudio Zin,
declarou ontem que “era inevitável que a doença chegasse” a esta
região, mas assegurou que o sistema de saúde argentino “está
preparado” para enfrentar esta epidemia. EFE


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Entidade pede que Argentina declare "emergência nacional" por causa da dengue