A companhia aérea Azul informou nesta quarta-feira (18) que testará no início de 2012 um combustível para aviões fabricado a partir da cana-de-açúcar pela empresa americana Amyris.

O voo de demonstração com o combustível ecológico é produto de um acordo anunciado pela Azul, a Amyris, a Embraer – fabricante de aviões para a companhia aérea – e a General Electric – responsável pelos motores.

O acordo compromete a Azul a realizar pelo menos um voo de demonstração para testar o potencial do combustível vegetal com um avião Embraer adaptado.

O combustível de fonte renovável foi desenvolvido pela Amyris, uma multinacional que faz testes com derivados de cana-de-açúcar em Campinas.

Os primeiros testes serão realizados com uma mistura do combustível convencional com uma porcentagem ainda não definida do derivado da cana-de-açúcar.

O objetivo do projeto é buscar alternativas para reduzir as elevadas emissões de gases poluentes geradas pela aviação mundial.

“Este é um grande e inovador passo dado pela indústria de transporte aéreo na luta contra o aquecimento global”, afirmou o presidente da Azul, David Neeleman, em coletiva de imprensa.

Segundo o diretor de meio ambiente da Embraer, Guilherme Freire, o transporte aéreo é responsável por cerca de 2% das emissões dos gases causadoras do efeito estufa no mundo todo e a tendência é que essa porcentagem se eleve a 3% em 2050.

O novo combustível já foi testado pelo Laboratório de Pesquisas da Força Aérea dos Estados Unidos, pelo Instituto de Pesquisas Southwest, pela GE Aviation e por outras indústrias, mas ainda não foi testado em aviões comerciais.

O diretor de desenvolvimento comercial da General Electric, Claudio Loureiro, explicou que, apesar de outras companhias aéreas já terem feito testes para experimentar outros combustíveis vegetais, a Azul será a primeira a usar um derivado da cana.

Segundo ele, atualmente a companhia aérea Continental Airlines desenvolve um projeto associado com a fabricante americana Boeing para testar outro combustível vegetal, cuja matéria-prima não foi revelada.


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