Depois da derrota para o Corinthians, domingo (dia 22), no Pacaembu, o Santos volta a campo nesta quarta-feira (dia 25), quando enfrenta o Santo André, às 19h30, na Vila Belmiro. Na terça-feira (dia 24), porém, a diretoria do clube divulgou nota oficial lamentando o episódio ocorrido em São Paulo. Leia abaixo.  


 


“Em uma tarde que tinha tudo para ser de festa, pois marcava a realização de um dos clássicos mais tradicionais do futebol brasileiro, fomos obrigados a ver e viver momentos de violência e pavor. Analisar isoladamente os fatos de ontem (domingo, dia 22) é distorcer a realidade e enxergar apenas o que convém. A verdade é que o clima opressivo para os santistas se iniciou com a decisão de se ceder apenas 6,9% dos ingressos aos nossos torcedores, confinando-os a uma área exígua do Pacaembu, bem menor do que a do tobogã, local sempre destinado à torcida visitante quando Santos e Corinthians se enfrentam ali.


 


A pressão continuou durante a semana, alimentada pelo técnico Mano Menezes, que “exigiu” que a arbitragem coibisse qualquer violência contra o jogador Ronaldo. Era evidente que o propósito não era esse, pois o Santos não usa e nunca usou do artifício de machucar ou intimidar jogadores adversários, por mais talentosos que fossem. O objetivo era desviar a atenção das anunciadas entradas maldosas e agressões ao jovem Neymar, como ficou claro logo no início do jogo, quando Cristian desferiu um tapa no rosto de jovem atacante santista sem que ao menos fosse advertido.


 


A sensação de ser um estrangeiro em seu próprio País, no próprio estádio que é a casa do Santos em São Paulo continuou, dentro e fora do campo. O árbitro Rodrigo Martins Cintra demonstrou, desde o início, dois pesos e duas medidas em suas medidas disciplinares – dando um rigorosíssimo cartão amarelo ao goleiro Fábio Costa por reclamação, mas ao mesmo tempo permitindo que o jogador Dentinho catimbasse, encenasse agressões e “apitasse” o jogo o tempo todo – nas palavras do próprio comentarista de arbitragem da Rede Globo.


 


Nas tribunas, instalados em uma cabine em meio à grande massa de torcedores corintianos, nosso presidente e diretores passaram toda a partida como alvos fáceis para xingamentos, provocações e hostilidades. Quem já passou por tal situação sabe a insegurança e o terror que ela provoca, pois o risco de agressão física é iminente.


Infelizmente, não temos, como na Europa, o educado hábito de ver os presidentes dos clubes rivais assistindo à partida lado a lado, em uma demonstração de tolerância e paz que acabaria passando para os torcedores e diminuindo as probabilidades de situações como a de ontem. No Pacaembu, ficamos isolados diante de uma massa de inimigos raivosos.


 


Quando estourou a discussão entre as torcidas, divididas pelas grades, o policiamento esqueceu a imensa maioria de corintianos e partiu para cima dos dois mil santistas que já se apertavam em um espaço pequeno. Ao recuar, muitos foram empurrados, pisados e caíram. Pais, irmãos, filhos, amigos se viram em situação dramática, lutando pela vida em uma tarde que deveria, repetimos, ser de festa. Outros, ao invés de recuar, se revoltaram e reagiram.


 


Deixamos claro que a diretoria do Santos condena qualquer reação à ação policial, mesmo sabendo que nossos policiais não são os mais bem preparados para lidar com situações de conflito. São a lei e devem ser respeitados.


 


Para evitar uma catástrofe, nosso presidente assumiu todo o risco e saiu da cabine em direção à torcida santista, conseguindo, com sua atitude enérgica, acabar com as inúteis demonstrações de violência.


 


No campo, interpelado reiterada e grosseiramente pelo técnico do Corinthians, o árbitro Rodrigo Martins Cintra não só não o puniu, como voltou atrás em uma marcação de lateral ao perceber que ele poderia provocar uma última chance de empate ao Santos, e ainda permitiu que o adversário colocasse rapidamente a bola em jogo, pegando de surpresa a defesa santista.


 


Enfim, um teatro de horrores, uma tarde de pesadelos, assim se pode definir o evento de domingo no Pacaembu, em que o Santos e os santistas se sentiram jogando em um país não adversário, mas inimigo. Que os fatos sejam devidamente apurados, que as penas caiam sobre as pessoas e entidades responsáveis e que não se façam das vítimas os réus.”


 



 


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Diretoria do Santos divulga nota oficial lamentando episódio no Pacaembu