Todo mundo tem seus medos e fobias, seja de barata ou de andar de avião. Foi para discutir esses medos que quase todo ser humano tem, que o diretor Kiko Goifman fez Filmefobia, que estreia nesta sexta-feira (1/5) em várias capitais do Brasil.

“Apesar do nome, não é um filme de terror em hipótese alguma”, contou o diretor ao Virgula pelo telefone. “Não é pra provocar medo, é pra discutir o medo”.

Em Filmefobia o personagem principal acredita que no mundo atual, tomado por câmeras e proecupação com a imagem, só o fóbico se expressaria de forma natural. Quando ele é acometido pelo seu medo, ele reage de maneira espontânea, não consegue manter pose nenhuma.

Ser fóbico não é algo estranho a Kiko, que tem fobia de sangue. Isso é inclusive aproveitado no filme, quando o diretor faz uma ponta rápida, desmaiando em cena. Segundo ele, foi bem fácil fazer a cena.

“Na sequência rola um jogo de pôquer. No lugar das cartas normais, pedi pra colocar fotos de cortes. A produtora não conseguiu fotos que serviam, então acabou cortando a si própria. Fez 20 cortes nela mesma. Já desmaiei na pré-produção e fiquei assim por uns 10 segundos, que é o que eu tinha combinado com a equipe.”

Antes de Filmefobia, Goifman dirigiu três documentários (33, Atos dos Homens e Morte Densa). Como foi a transição para a ficção? “Bem tranquila. O filme tem bastante coisa de documentário. Por exemplo, eu chego a trabalhar com fóbicos reais no elenco. E o personagem principal, vivido por Jean-Claude Bernardet, é HIV positivo e tem seríssimos problemas de visão, assim como o ator na vida real.”

A estratégia de lançamento do filme pretende usar muito boca a boca na divulgação. Em cada uma das sete cidades onde ele vai estrear, só haverá uma cópia em exibição. A ideia de explorar o marketing viral está também na internet, é claro. Dá pra ver fragmentos do filme no YouTube e no site oficial dá pra baixar um flyer que você pode imprimir, fazer algo criativo, mandar para o pessoal do filme e ganhar um ingresso.

Outra ação divertida foi espalhar adesivos pelos bares com nomes de fobias ligadas à balada (“hemetofobia”, medo do vômito; “hobofobia”, medo de bêbado). Quem tirar foto ao lado de algum desses adesivos e mandar para a produção, também ganha ingresso.

Filmefobia já vem juntando boa repercussão. No último Festival de Brasília, em 2008, ele saiu com cinco prêmios debaixo do braço, incluindo o da crítica e Melhor Ator.

Filmefobia estreia dia 1º de maio em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte


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Diretor de Filmefobia fala sobre cutucar nossos medos