Com a morte de Michael Jackson, lendas sobre sua vida excêntrica voltaram à tona. Histórias da pele, testemunhos de que dormia numa câmara de conservação e bizarrices para dar inveja em qualquer rockstar com tanto falatório. Contudo, o mundo rock também sempre se beneficiou, em termos de popularidade, com as lendas sobre seus artistas. O acesso à privacidade dos músicos nas décadas de 50, 60 e 70 era difícil e as fofocas aumentavam o interesse do público e a procura por shows e discos.

O jornalista Sérgio Pereira Couto, interessado no tema desde a adolescência, decidiu aprofundar-se nas teorias conspiratórias e escreveu Segredos e Lendas do Rock, lançado em 2008 pela editora Digerati. Foi com ele que a reportagem conversou para descobrir mais lendas e como elas surgiram.

Pereira Couto viajou ao exterior duas vezes durante a pesquisa, conversou com roadies e colecionadores. Questionado sobre o porquê do surgimento dessas lendas, falou: “É o fascínio das pessoas pelas personalidades do rock. Existem coisas que até fazem sentido, mas dizer que você acredita fielmente é uma outra história. Não há comprovação. São fatos que dificilmente estarão em biografias.”



COMPETIÇÃO DE NOJEIRA

Entre os contos mais bizarros, chocou o jornalista saber de um suposto duelo nos bastidores de um show de Alice Cooper. É que Frank Zappa, dono do selo no qual Cooper lançava álbum, compareceu à apresentação e os dois teriam iniciado uma competição para definir o mais escatológico. Para encurtar a história, dizem que Zappa ganhou (Se você acabou de comer, não leia a continuação deste parágrafo). Como? Simplesmente ingerindo as fezes que Cooper defecara no chão.
 
Lendas existiram desde antes do rock – quando diziam que um dos grandes nomes do blues, Robert Johnson, falecido em 1938, teria vendido sua alma ao capeta para tocar guitarra como uma digna figura da música. Mas ganharam força décadas depois com os tablóides, que, desde seu surgimento, falsificavam algumas das notícias para aumentar as vendas. Aliado a isso estavam os obstáculos da mídia para averiguar tais histórias. Apenas os que conviviam sabiam dizer o que se passava nos bastidores. Era interessante para um fã contar à imprensa algo chocante que teria presenciado durante um encontro com o ídolo. Entre as lendas que rolam por aí, seguem abaixo dez:

Paul McCartney morreu e um sósia o substituiu nos Beatles;
– Roy Orbison era albino;
Marilyn Manson removeu uma de suas costelas para poder realizar sexo oral em si mesmo;
Gene Simmons, do Kiss, enxertou uma língua de vaca no lugar da sua própria;
Debbie Harry, vocalista do Blondie, foi raptada uma vez por um serial killer
– A mulher de David Bowie pegou seu marido na cama com Mick Jagger;
– Mark Chapman, assassino de John Lennon, foi contratado pela CIA para matar o cantor;
– Membros do Led Zeppelin, ao transar com uma fã, usaram um peixe como objeto sexual;
Mama Cass Elliot morreu sufocada por um sanduíche de presunto;
– O nome Pearl Jam é inspirado em uma geléia preparada pela avó do cantor Eddie Vedder.

Nos anos 90, com o avanço da internet, a exposição dos grupos foi mais intensa e reduziu a criação de contos: “As bandas mais recentes são mais desconstruídas pela mídia”, argumenta o autor. Um quase fim de um dos aspectos mais charmosos do rock’n’roll, que, além de histórias, garantia boas risadas.

Na parte real das informações, Sérgio Pereira Couto indicou os álbuns que, tocados com alguns filmes, mostram sincronia perfeita:

Do Pink Floyd:  Dark Side of the Moon (1973) e O Mágico de Oz (1939);
De Jimi Hendrix: The Jimi Hedrix Experience (1968) e Massacre da Serra Elétrica (1973);
Do Metallica: Black Album (1991) e Star Wars Episódio V – O Império Contra-Ataca (1980);
Do Queen: A Night at the Opera (1975) e Cabaret (1972);
Do Rush: 2112 (1976) e Contato (1997);
Dos Beatles: Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band (1967) e Fantasia (1940).


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De línguas enxertadas até costelas operadas, as lendas do rock ainda impressionam

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