“Levei um susto quando vi a notícia na TV. Não passava pela minha cabeça que uma prova como o Enem poderia ser adiada, o sentimento é mesmo de revolta, fomos lesados e isso interfere em muitas coisas para os vestibulandos”, desabafa a estudante Leidiane Utiyke, 20, que tenta uma vaga no curso de relações públicas.


 


Esse é o depoimento de uma vestibulanda entre os 4,5 milhões de candidatos que iriam prestar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dias 3 e 4 deste mês. No entanto, na última quinta-feira (1º), o Ministério da Educação (MEC) cancelou a aplicação do exame em todo o país após o seu conteúdo ter vazado, sendo oferecido a órgãos de imprensa de São Paulo.


 


Nas semanas que sucederam o acontecimento, o ministro da Educação, Fernando Haddad, fez vários pronunciamentos e até a Polícia Federal investiga o caso. O exame que foi roubado já está disponível no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e as conseqüências do adiamento divide a opinião dos estudantes que fariam as provas.


 


“Assim como eu, os meus amigos estão indignados e preocupados, com tantas mudanças nos vestibulares e no Enem, no fim das contas, nos sentimos como cobaias!”, dispara Leidiane. Oposto ao seu pensamento, o vestibulando Leonardo Cruz, 18, que prestaria o exame pela primeira vez, não vê problemas no adiamento: “Apesar da grande maioria estar criticando, eu achei bom o vazamento da prova, pois já estou com ela em mãos e posso estudar exatamente o que deve cair. Além de ganhar a oportunidade de estudar mais, já que não estava me sentindo preparado para enfrentar o exame”, conclui o jovem que pretende cursar engenharia da computação.


 


Dividindo a mesma angústia que Leidiane está a estudante Karina Betim, 21, que há quatro anos tenta ocupar uma cadeira em um curso de medicina: “Eu estava tranqüila, queria fazer a prova logo.


 Foi uma falta de responsabilidade do ministro da Educação que permitiu que isso acontecesse, não consigo nem calcular o número de estudantes que estão sendo prejudicados. Está um rolo sem tamanho, não se tem mais certeza de nada, a minha maior preocupação é com a nova data e como vai ficar a utilização da nota pelas universidades, tenho medo do Enem coincidir com algum vestibular importante”, conta a estudante.


 


Apesar da organização de passeatas estarem rolando em vários Estados, além de comunidades no orkut reunirem pessoas para fazer a nova prova com nariz de palhaço, há aqueles que pensam que tudo isso é perder tempo. Para o estudante Caio Gonçalves, 22, não há necessidade de todo esse alarme. “Não adianta chorar pelo que já aconteceu, ao invés de ficar reclamando, as pessoas deveriam aproveitar pra estudar mais e se preparar melhor. Não vai sair ninguém mais prejudicado que ninguém, está todo mundo no mesmo barco.”, ameniza o candidato que tenta o curso de jornalismo.


 


A partir deste ano, o Enem, que seria aplicado em 113.857 salas de 10.385 escolas diferentes, é requisito para a entrada em pelo menos 40 universidades federais, além de ser necessário para quem disputa uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). O ministro da Educação promete divulgar a nova data ainda nesta quarta-feira (7).


 


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