Três pessoas, três cidades diferentes, mas a mesma visão sobre trânsito e transporte público: ônibus é muito lotado e demorado e metrô é muito restrito. A instrumentadora cirúrgica Carla Sie, moradora de São Paulo, o técnico em informática Márcio Saldão, que mora em São José dos Campos, e a publicitária Juliana Bronze, de Campinas, deram suas opiniões sobre o assunto e, no final, concluíram: carro ainda é a melhor opção.

Márcio já é mais radical. “Eu uso carro para tudo. Tento evitar para trajetos curtos, mas nada superior a um quilômetro (risos)”. Isso significa que se a padaria não for na esquina, literalmente, nada feito. Mas ele justifica sua posição: “Se tivesse um sistema de transporte descente, seria uma economia para o meu bolso e para o meio ambiente. Seria um carro a menos rodando por aí. Mas na situação atual, acho válido usar carro para tudo ao invés de ter que acordar mais de uma hora antes do habitual para pegar ônibus lotado para ir trabalhar”. Pelo menos Márcio tem uma vantagem: sua cidade não tem os enormes engarrafamentos da capital.

Moradora de um bairro relativamente tranquilo e com supermercado e outras facilidades próximas à sua casa, Juliana pondera: “Tento não pegar o carro se as coisas forem aqui perto. Mas sempre penso na relação custo/benefício. Se for para ir ao centro de Campinas, que é mais longe de casa, é melhor ir de ônibus, pois também não tem lugar pra estacionar e o trânsito enche o saco”, avalia a publicitária. Ela admite, no entanto, que prefere ir de carro, principalmente pelo conforto de não ter que pegar um ônibus lotado.

Já Carla, mesmo com a opção de metrô, prefere seu carro. “Não é sedentarismo nem preguiça, é que sou desorganizada mesmo. Quando vou para um lugar, acabo lembrando de outras coisas pra fazer. Nesses casos, o trânsito de São Paulo acaba sendo secundário”, diz.

Para ela, optar pelo metrô seria pouco prático, já que a extensão é pequena e não há estações suficientes espalhadas pela cidade. “Se precisasse pegar apenas metrô sim, mas ficar fazendo baldeação com ônibus lotado não dá. Prefiro a comodidade e praticidade do meu carro”. E a poluição ambiental? “Se o transporte público fosse melhor, talvez sentisse peso na consciência. Se existissem mais estações de metrô, por exemplo, aí não usaria carro, mas até lá…”.


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Conclusão de motoristas é igual: falta transporte público de qualidade