Com o Ericsson 4 do brasileiro Torben Grael na liderança geral, os barcos da Volvo Ocean Race deixaram hoje o cais nobre da Marina da Glória, no Rio de Janeiro, para iniciar a sexta perna da Volvo Ocean Race, que irá até a cidade americana de Boston.

O percurso será de 4.900 milhas náuticas, o que equivale a cerca de 9.000 km. A largada está prevista para as 15h de Brasília.

A cerimônia de encerramento da parada do Rio de Janeiro contou com um bom público, que viu de perto os barcos.

A ordem de saída foi a inversa da colocação da regata local carioca. Após a bênção do frei Ivo, o primeiro barco a sair foi o Ericsson 3, do sueco Magnus Olsson, que venceu a quinta perna.

O próximo a deixar o cais nobre foi o Green Dragon, comandado pelo inglês Ian Walker. Em seguida, foi a vez do Telefonica Black. O barco do espanhol Fernando Echavarri faz, assim, seu retorno à competição, já que ficou fora da quinta perna por avarias.

Quarto colocado na regata local, o Ericsson 4 foi a embarcação seguinte a sair do cais. Após se despedir da família, Grael fez um pequeno discurso e agradeceu à torcida.

“Agradeço muito pela recepção e por essa despedida maravilhosa. Foram duas semanas muito boas. Muito obrigado”, disse o duas vezes campeão olímpico.

Muito aplaudidos, os tripulantes ainda estenderam uma faixa com os seguintes dizeres: “Foi maravilhoso estar em casa. Rio, mais uma vez, obrigado por tudo”.

O Ericsson 4 é a embarcação mais brasileira da flotilha da Volvo. Além de Torben, a tripulação conta com Joca Signorini e Horacio Carabelli. Líder geral, o barco de Grael tem 66 pontos e seu concorrente mais próximo é o Puma, com 56,5.

O Delta Lloyd, comandado pelo espanhol Roberto Bermudez, foi o próximo a sair. A embarcação seguirá para Boston com uma novidade brasileira: André Fonseca, que participou da regata local.

O bicampeão olímpico Marcelo Ferreira, que também participou da regata interna pelo barco holandês, deve se juntar à tripulação nos Estados Unidos.

O barco holandês é outro que faz seu retorno à Volvo, já que também ficou fora da quinta perna por avarias.

Quem voltará para casa é o americano Ken Read, capitão do Puma, que agradeceu a hospitalidade dos cariocas, mas ressaltou que não há nada como voltar a seu país.

“Foi maravilhoso estar no Rio. Obrigado pela hospitalidade, as pessoas são muito gentis. Mas não há nada como voltar para casa”, disse.

O último barco a deixar o cais nobre foi o Telefonica Blue, que nesta etapa será comandado pelo holandês Bouwe Bekking – o espanhol Iker Martínez, co-capitão, vai reencontrar a equipe somente em Boston.

A embarcação espanhola teve sucesso em sua passagem pelo Rio: venceu a regata local e a Pro Am, que não contou pontos.

O Telefonica Blue aparece em terceiro na classificação geral, com 54,5 pontos, colado no Puma.

A viagem até os EUA deve durar cerca de 15 dias. Para enfrentar este tempo em alto mar, as embarcações se prepararam com afinco e o trabalho nas bases das equipes ocorreu em ritmo intenso nas últimas semanas.

Na Ericsson, que possui dois barcos, o trabalho estava praticamente encerrado na quarta-feira. Cada embarcação levará um pouco mais de 15 sacos de comida, já que o consumo é de um por dia.

Além de muitos pacotes de macarrão instantâneo, o barco de Grael levará muitas barras energéticas e chocolates. Para que este consumo de alimentos duros não prejudique a musculatura da boca, a tripulação conta uma grande quantidade de chicletes.


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Com Grael na liderança, Volvo Ocean Race parte para Boston