Que ninguém se engane com Chris Martin. Por trás do jeito bonzinho e da aparência frágil, o líder do Coldplay coloca a platéia nas mãos como poucos no rock atual: faz danças desajeitadas, vira o microfone para o público cantar, brinca (em Politik, trocou um dos versos por “nós vamos ganhar a final da Copa do Mundo”) e, com tudo isso e outros truques, promove momentos de pura catarse em suas performances. Foi o que 65 mil pessoas viram – e sentiram – em São Paulo, onde os ingleses fizeram nesta terça-feira (2/3), no estádio do Morumbi, um dos shows da turnê do álbum Viva La Vida (2008).

 

Com abertura do Vanguart e do Bat for Lashes, que pouca gente viu por causa do trânsito infernal – as ruas próximas e os principais acessos ao estádio ficaram congestionados até as 21h40, hora em que o grupo subiu ao palco – o show do Coldplay na capital paulista foi a prova de que eles são mesmo o novo U2. Nem tanto por causa do som, mas porque eles criam ao vivo exatamente o mesmo clima messiânico e sentimental tão característico de Bono e companhia.

 

Durante músicas como In My Place e Yellow, o que se via era gente cantando de olhos fechados ou com a mão no coração, como se estivesse rezando. Em outros, especialmente o hit Viva La Vida, o efeito era outro: gritos, pulos frenéticos, abraços entre amigos.

 

 

Clique aqui para ver o Coldplay tocando In My Place em São Paulo 

 

 

Em meio a tanta emoção, houve até um momento meio piegas, em que o público cantou “parabéns” ao vocalista, aniversariante do dia: depois, o baterista Will Champion fez o mesmo em um português até aceitável, antes de emendar um momento cantor com a música Death Will Never Conquer. Mas, no contexto, até foi perdoável.

 

No repertório, entre os grandes sucessos, faltou apenas Trouble. O resto esteve lá: além das já citadas, rolou Clocks, Violet Hill, The Scientist, God Put a Smile Upon Your Face (em um arranjo bem dançante). Várias faixas do disco mais recente do Coldplay também fizeram parte do setlist – e, surpresa!, mesmo as que não foram tocadas nas rádios eram cantadas por boa parte do público.

 

A excelente receptividade do público paulista foi comemorada por Chris Martin, que afirmou no fim do show: “Todos amam tocar no Brasil e sabemos o motivo!”. Mas o Coldplay fez por onde: a banda mostrou, além do carisma – e da voz quase impecável – de seu cantor, uma performance segura de palco, uma produção de palco excelente e o melhor telão de megashow que já passou em solo nacional em um bom tempo. E, claro, a música ajudou: um show que começa e termina com a maravilhosa (e, confesso, meu toque de despertador no celular) Life in Technicolor não tem como ser ruim.

P.S.: Como nem tudo são flores, o som do estádio do Morumbi estava ridículo de tão baixo em vários momentos. Só ouviu bem quem estava na área Vip Premium. Se você, fã, se sentiu lesado com esse absurdo, vá atrás dos seus direitos!

 

 

Clique aqui para ver uma galeria de fotos do show!

 

 

Setlist do Coldplay em São Paulo

 

Life in Technicolor

Violet Hill

Clocks

In My Place

Yellow

Glass of Water

42

Fix You

Strawberry Swing

God Put a Smile Upon Your Face + Talk

Hardest Part

Postcards from Far Away

Viva La Vida

Lost!

Shiver

Death Will Never Conquer

Don Quixote

(intervalo com um remix de Viva La Vida)

Politik

Lovers in Japan

Death and All His Friends

The Scientist

Life in Technicolor 2


int(1)

Coldplay em SP: banda emociona o público em show recheado de hits

Sair da versão mobile