Produtos saudáveis, eletrônicos, de beleza e alimentação fora de casa, que antes eram hábitos apenas das parcelas da população com maior renda, agora também fazem parte do perfil de consumo da classe C brasileira.

É o que comprova uma pesquisa realizada pela agência de publicidade McCann Erickson e divulgada nesta semana. Os dados sinalizam uma mudança nesse perfil, com a maior preocupação deixando de ser o acesso aos produtos, para se transformar em melhora na qualidade de vida. Essa classe social é definida como a que tem renda familiar entre R$ 1.063 e R$ 4.591, o que representa 52% dos brasileiros, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
 
O levantamento, realizado em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e Goiânia, apontou que essa tendência está concertada no que foi chamado de núcleo da classe C (renda entre R$ 1 mil e R$ 2 mil). As famílias nesta faixa buscam consumir produtos de melhor qualidade e investir em lazer, principalmente pensando no bem-estar.

ALIMENTOS MAIS NUTRITIVOS
 
No caso dos alimentos, a intenção de compra está em produtos com mais valor nutritivos e que fazem bem a saúde, sendo considerado fator primordial para 38% dos entrevistados na pesquisa. Além disso, mais de dois terços da classe C buscam informações sobre nutrição para definir suas compras.

Outro ponto que ficou claro no levantamento é a aquisição mais freqüente de produtos destinados a beleza. A maior parte dos homens ouvidos usa creme no corpo e 36% fazem as unhas. As mulheres declararam ir duas vezes ao mês no salão de beleza, hábito citado por 86% das entrevistas, com gasto médio entre R$ 15 e R$ 30.
 
Aloísio Pinto, vice-presidente de planejamento da agência, explicou que as casas da classe C são bem equipadas, com computador e aparelho de DVD em 60% das residências pesquisadas. O principal motivo de investir na casa é proporcionar oportunidades de lazer para a família. Também como diversão, 48% dos entrevistados declararam fazer alimentação fora de casa.

No entanto, a compra de produtos com maior valor agregado, como casas e carros ainda está um pouco distante dessa parte da população. A aquisição de um veículo só se torna possível com financiamento de longo prazo, acima de 36 parcelas, enquanto uma casa própria é vista como coisa de rico.
 
Outra característica da classe C é evitar freqüentar lugares sofisticados com o temor de não se sentirem bem nestes locais. Existe uma preocupação grande em saber se comportar, o que acaba gerando um bloqueio na hora de realizar uma viagem de avião.


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Classe C compra mais, mas ainda tem vergonha