Médicos brasileiros descobriram que as Trompas de Falópio possuem células-tronco mesenquimais com potencial para se transformar em uma ampla variedade de células, revelou um estudo publicado na quarta-feira (17) pela revista Journal of Translational Medicine.

As células mesenquimais extraídas de cordões umbilicais, polpa dental e tecido adiposo podem ser modificadas para se transformar em células musculares, ósseas e cartilagem.

Ao contrário das células-tronco embrionárias, e devido ao fato de ser extraídas de tecidos descartáveis, as células mesenquimais não geram problemas éticos, indicaram os cientistas.

O potencial de diferenciação das células procedentes das Trompas de Falópio foi analisado por uma equipe do Centro de Pesquisa do Genoma Humano da Universidade de São Paulo.

Para o estudo, o tecido das Trompas de Falópio foi extraído mediante histerectomias e outros procedimentos ginecológicos, aos quais foram submetidas mulheres férteis em idade reprodutiva (entre 35 e 53 anos) e que não tinham se submetido a tratamentos hormonais.

Segundo o relatório da pesquisa, o grupo de cientistas brasileiros descobriu que as células mesenquimais das trompas podiam ser isoladas e multiplicadas mediante procedimentos in vitro com a capacidade de se transformar em células musculares, adiposas e ósseas.

De acordo com Tatiana Jazedje, que liderou a pesquisa, o complemento cromossômico não mostrou anormalidades, o que sugeriu sua estabilidade.

“Além de fornecer outra fonte potencial de medicina regenerativa, os resultados do estudo podem contribuir para a ciência reprodutiva em geral”, manifestou.


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Cientistas brasileiros descobrem células-tronco em Trompas de Falópio