Foi em 2009 que o Brasil ganhou a sua primeira sala IMAX, adaptada à tecnologia tridimensional, e será já no próximo ano que chegará às telonas do país o primeiro longa-metragem em 3D, inteiramente gravado e produzido em território nacional.

Previsto para entrar em cartaz em julho de 2010, o filme Brasil Animado conta com a direção de Mariana Caltabiano que conversou com o Virgula sobre a esperada e pioneira produção.

Segundo a diretora, o filme vai misturar cenas de animação com cenários reais e terá como protagonista os amigos Stress e Relax, que viajam pelos lugares mais bonitos e interessantes do país.

“Brasil Animado é um filme para toda a família”, explica Mariana que, inicialmente, pensava em lançar o Brasil Animado em 2D. “Quando o mostrei o projeto inicial para o Cadu (diretor da Globo Filmes) e o Marcelo Siqueira (da Teleimage) eles sugeriram que eu fizesse o filme em 3D. Assisti alguns testes que o Marcelo havia feito e vi que era possível”, conta a diretora.

Sobre o mercado de animações e, principalmente, sobre a – ainda engatinhando – tecnologia tridimensional, Mariana também se mostra bastante confiante. “O mercado de animações no Brasil está cada vez melhor”, afirma. E para ela, o que faz o formato 3D encantar a todos é “a sensação do filme estar ‘saindo da tela’”.

TECNOLOGIA 3D

Em época de downloads e sites de compartilhamento, os filmes em 3D têm uma grande missão: levar o grande público de volta para as salas de cinema e combater a pirataria. Turbinada pela tecnologia digital, a imagem tridimensional ganhou uma nova cara e tem despertado o interesse de grandes estúdios, como Disney e DreamWorks. Entretanto, esse interesse já chegou aos estúdios brasileiros que pretendem investir nas produções.

Para Marcelo Siqueira, diretor técnico responsável pelo filme Brasil Animado, esse tipo de filme tem “um potencial enorme de aceitação” e é um formato que “veio para ficar”. “Hoje, as salas 3D tem uma aproveitamento muito melhor do que as salas convencionais. O cinema volta a ser uma atração para a toda a família e o fato de ser em 3D dificulta muito a pirataria”, explica Siqueira.

Sobre a produção de um filme nesse formato, Siqueira explica que o trabalho é duplicado. “Temos que fazer praticamente tudo em dobro, uma vez que precisamos de imagens distintas, uma para cada olho. Ou seja, logo de início são necessárias duas câmeras para captar essas imagens”, explica.

Já sobre as técnicas de captação das imagens, Siqueira explica que essas podem ser variadas. “Às vezes, usamos as câmeras paralelas e, às vezes, usamos um equipamento chamado RIG3D, que coloca uma câmera na horizontal e a outra na vertical com um espelho entre elas”, diz. “A partir daí, tudo segue duplicado. Toda a finalização é praticamente dobrada, desde o espaço em discos nos servidores, ao tempo de renderização das imagens”, conclui.

Para o diretor técnico, ainda é vantajoso produzir um filme em formato tridimensional. “Uma vez que você tem um filme em 3D, ter uma versão em 2D é bem simples. É só ‘fechar um dos olhos’”, brinca. Ou seja, após ter o trabalho duplicado para captar as imagens e produzir um filme em 3D, transformá-lo no formato convencional não é nada trabalhoso.

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