O delegado paraguaio nas discussões das Nações Unidas sobre mudança climática em Bangcoc, Miguel Lovera, afirmou nesta quinta-feira que não existe uma posição comum entre os países da América Latina nas negociações sobre o aquecimento global que determinarão as políticas para o período entre 2012 e 2025.

“Não quero citar nomes porque estamos em plena fase de negociação, mas por um lado, o Brasil representa quase um só grupo, enquanto Paraguai, Cuba, El Salvador, Bolívia e Venezuela estão em outra linha”, disse Lovena.

Mais de 4 mil delegados estão em Bangcoc para negociar um novo acordo que substitua o Protocolo de Kyoto, que vence em 2012, e que marcará as políticas para combater o aquecimento global, sobretudo através do corte de emissões de gases que agravam o efeito estufa.

Os países ricos, responsáveis pela maior parte da poluição atmosférica, se comprometeram a fazer os maiores esforços estruturais e financeiros, apesar das nações em desenvolvimento também terem participado com ações ambientais.

“Acreditamos que os países desenvolvidos têm que cortar 50% de suas emissões em comparação com os níveis de 1990 até 2050. Menos que isso, não evitará o impacto da mudança climática”, disse Lovera.

Até o momento, os países industrializados propõem um corte de entre 10% e 17% das emissões para 2020, abaixo dos 25% a 40% recomendados pelos cientistas.

Já o Brasil propôs que os programas de proteção às florestas sejam financiados por fundações e não através do mercado de gás carbônico (CO2), que criará problemas sobre a propriedade e ajudará os países poluentes.

O país, que junto com a Indonésia são os maiores responsáveis pelo desmatamento no mundo, se comprometeu a reduzir os cortes de árvore em 80% até 2020, que contribuem com 20% das emissões de gases na atmosfera.


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América Latina não tem posição comum contra mudança climática, segundo delegado

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