O Airbus A330-200 que desapareceu na madrugada de segunda-feira emitiu 24 sinais de anomalias em seus sistemas durante os quatro minutos anteriores a sua saída da zona de monitoramento do radar do Rio de Janeiro, informaram hoje os investigadores franceses.


Embora por enquanto ainda não seja possível estabelecer a causa destes problemas, os investigadores declaram que, no dia do ocorrido, as condições meteorológicas não eram “particularmente excepcionais”.


 


O diretor do Escritório de Investigações e Análises (BEA, em francês), Paul-Louis Arslanian, declarou que “é muito cedo para saber as causas do acidente”, mas explicou que já há trabalhos em cima das informações que estão sendo reunidas. Entre elas, Arslanian destacou as “incoerências” de velocidade registradas pelos três sensores da aeronave. Esta diferença de medição provoca a interrupção de certos sistemas automáticos do avião, entre eles, o piloto automático.


 


“Não sabemos se os sistemas se avariaram ou se os pilotos os desligaram de forma voluntária. A única certeza é de que deixaram de funcionar”, afirmou.


 


Para o diretor do BEA, é prematuro dizer se esse dano nos sistemas – que já tinha sido detectado anteriormente em outros aviões Airbus A330 – causou o acidente do voo entre Rio de Janeiro e Paris.


 


Arslanian também explicou que não se sabe se os sistemas automáticos voltaram a funcionar depois dos sinais de avarias. O diretor pediu que não haja conclusões neste ponto da investigação e assegurou que “os melhores especialistas no assunto na França estão mobilizados para fazer o melhor trabalho possível, em contato com outros de fora do país”.


 


Sobre as “incoerências” de velocidade registradas, Arslanian informou que as causas devem ser “diversas”. O BEA trabalha em coordenação com o serviço meteorológico francês, cujo diretor-adjunto, Alain Ratier, assegurou que não houve registros de “condições excepcionais” para a região e a estação do ano.


 


Embora não tenha descartado plenamente tal possibilidade, Arslanian assegurou que “seria surpreendente” se a catástrofe tivesse sido provocada por uma bomba a partir da análise dos dados disponíveis conta até agora. “A hipótese da bomba atualmente não é muito coerente com as informações que temos”, afirmou Arslanian.


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Airbus emitiu 24 sinais de problemas antes de desaparecer