Depois do dia 25 de setembro de 1980, primeiro ano da década que mudaria de uma vez por todas o rumo da música mundial, ficou claro que não poderia haver Led Zeppelin sem a figura lendária de seu poderoso baterista.

Naquela data morria John Bonham, o mais completo percussionista a passar por uma banda de rock em toda a história do gênero originado do blues e do swing norte-americano. A data marcou a vida dos fãs do Zepelin de Chumbo como o dia em que a banda chegou ao fim.

“Bonham tinha tudo que um baterista precisa”, comenta Duda, baterista da baiana Pitty e indicado ao prêmio de “Baterista dos Sonhos” do VMB 2009, ao Virgula Música.

“Ele tinha energia, poder, grandeza e tinha explosão. Bonham provou que o papel do baterista não é secundário no rock. Ele era capaz de mover a banda toda por si só”, continuou Duda. “Basta ouvir as gravações dele para saber que toda a seção rítmica estava ali, na bateria dele.”

Sem nunca ter feito sequer uma aula de bateria, Bonham absorvia como podia as influências que existiam na época. De alguns experimentalistas do jazz, tirou a ideia de solar usando as mãos. De Gene Krupa, tirou a inflamabilidade de suas apresentações ao vivo. E de Ginger Baker, emprestou as mãos pesadas e os tempos quebrados do jazz sessentista.

Apesar de todos serem capazes de ver o que fazia atrás de seu kit Ludwig, era impossível reproduzir a sonoridade de Bonzo, como também era conhecido. John Paul Jones, baixista do Zeppelin, disse no texto pertencente à caixa Led Zeppelin Box Set que a pegada dele era verdadeiramente soul, por isso, inimitável para qualquer baterista de rock.

“Bonzo tinha um gosto musical muito amplo”, escreveu Paul Jones. “Quando não estávamos ouvindo James Brown ou Otis Redding, estariamos acompanhados por Joni Mitchell ou até Crosby, Stills, Nash & Young. Bonham era um verdadeiro fã das canções.”

“A maior contribuição dele para a bateria foi mesmo a firmeza única que ele tinha no bumbo”, completa Duda. “Ele foi o primeiro a destacar o instrumento na música popular. Não creio que vá haver mais alguém como ele, mesmo porque ninguém é igual a ninguém. Existem muitos bateristas grandes, mas não como Bonham. Ele é ele e já era”, finalizou.

Então na nossa homenagem, veja apenas algumas das inúmeras marcas registradas de Bonham no seu estilo inimitável de bateria.

Triplet Drum – Repetição em três tempos ensinada na Web pelo veterano professor Van, famoso por suas aulas virtuais.

Essa técnica é usada por Bonham no clássico solo de Moby Dick, do qual você pode ver um trecho logo abaixo

Técnica de Bumbo – Ensinada primeiro pelo canal Groovy Drumming do You Tube.

No Led Zeppelin, não é difícil perceber o uso do impacto pesado no bumbo de Bonham. Veja Immigrant Song e entenda melhor.

Four Sticks – Fronzo, outro professor do You Tube, ensina a toca com os tempos quebrados do clássico do Led em andamento de jazz

Com o velho mestre, é mais fácil ainda. Ouça o que Bonham fazia com o que o próprio chamava de “quatro baquetas”!


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29 anos sem John Bonham: Duda, da banda de Pitty, fala sobre o legado do baterista do Led Zeppelin