Alberto Dualib, Mustafá Contursi, Eurico Miranda, Ricardo Annes Guimarães, Marcelo Teixeira e Marcio Braga. Todos ex-presidentes de grandes clubes do futebol brasileiro, como Corinthians, Palmeiras, Vasco, Atlético-MG, Santos e Flamengo, que viram nesta década o fim de suas “ditaduras” presidenciais à frente das respectivas equipes.

Com novos estatutos, legislações mais claras e coerentes e sócios com voto direto à presidência, a maioria dos mandatários que antes imperavam e davam as cartas nos clubes em que presidiam, acabaram optando pela saída por vontade própria ou por motivo de força maior.

O VirgulaEsporte lista todos os presidentes “ditadores” e o tempo em que permaneceram sobe o comando dos clubes.

Márcio Braga e Flamengo, 22 anos de idas e vindas

A primeira vez em que assumiu a presidência do Flamengo, em 1977, Márcio Braga mostrou ser um dirigente pé-quente e o rubro-negro carioca conquistou seu terceiro tricampeonato carioca e, três anos depois, o Campeonato Brasileiro de 1980, fechando com chave de ouro sua primeira passagem à frente do clube.

Em 1987, em sua segunda passagem como presidente do Flamengo, Márcio Braga ficou apenas até o ano seguindo, pois havia entrado para a política ser eleito deputado federal. Mais uma vez, mesmo em um ano de mandato, Braga conquistou a contestada Copa União de 1987.

A terceira passagem de Márcio Braga ocorreu em 1991, ficando até 1992. Outra vez o presidente trouxe sorte e o Flamengo levou o Carioca de 1991 e o Brasileirão de 1992.

Após 12 anos “longe” do Flamengo, Braga voltou a se eleger à presidência em 2004 após as gestões de Luiz Augusto Veloso, Kléber Leite e Edmundo dos Santos Silva. Novamente com fome de títulos, o presidente levou o clube às conquistas do estadual de 2004 e da Copa do Brasil de 2006.

No final de 2006, Márcio buscou o seu sexto mandato e conseguiu, com 734 votos, permanecer por mais três anos no clube da Gávea. No começo de 2009, Braga pediu seu afastamento do cargo de presidente devido a problemas de saúde e foi substituído por Delair Dumbrosck até o meio de agosto quando voltou de licença.

O título de Campeonato Brasileiro de 2009 fechou o ciclo de Márcio Braga como presidente do Flamengo. Contestado por muitos, devido sua forma de gestão, adorado por outros, por causa dos títulos, Braga passou o posto para Patrícia Amorim, primeiro mulher presidente na história do Flamengo.

Alberto Dualib e Corinthians, muitos títulos e grandes problemas

Administração mais longa e vitoriosa da história do Sport Club Corinthians Paulista, a gestão do presidente Alberto Dualib também foi a mais contestada e criticada. À frente do alvinegro desde 1993, o ex-mandatário ficou 14 anos como o principal nome do clube de Parque São Jorge, dando as cartas em tudo e todos.

Apesar dos títulos brasileiros de 1998, 1999 e 2005, além das duas Copas do Brasil e o Mundial de Clubes da FIFA, Dualib viu sua popularidade com a torcida cair de forma rápida devido aos escândalos financeiros, crises internas e promessas não cumpridas que ocorriam no clube.

Reeleito pela última vez no ano de 2006, depois de um grande protesto dos corinthianos na sede do clube, Dualib não tinha mais condições de presidir o Corinthians. Foi quando, em julho de 2007, ele foi acusado pelo Ministério Público Federal de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha na participação conjunta com a MSI, antiga parceira do clube, e teve que renunciar ao cargo de presidente no dia 21 de setembro do mesmo ano.

O substituto de Dualib foi Andrés Sanchez, que tratou de mudar o estatuto do Corinthians, impedindo assim mandatos longos como o do ex-presidente.

Mustafá Contursi e Pameiras, do sucesso da Parmalat a queda da Série B

Presidente do Palmeiras entre 1993 e 2005, Mustafá Contursi esteve presente nos momentos mais felizes e tristes da história do clube durante os 12 anos em que permaneceu no Parque Antártica. Gestor na “Era Parmalat”, onde o clube conquistou o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores, Mustafá também era o presidente quando o clube caiu para a Série B, em 2002.

Sempre criticado por seus opositores por dar prioridade para a administração financeira, deixando o futebol de lado, Mustafá é visto por muitos como o pior presidente da história do Palmeiras.

Marcelo Teixeira e Santos, relação de amor, ódio e dinheiro emprestado

Vice-presidente do Santos nos anos de 1991 e 1992, tornando-se presidente em 1993, Marcelo Teixeira ficou marcado pelo seu mandato entre 2000 e 2009. Apesar do bicampeonato brasileiro (2002-2004), Teixeira é lembrado por ter afirmado que emprestou dinheiro ao clube praiano em diversas oportunidades. Além disso, muitos torcedores reclamam do dinheiro das vendas de Robinho, Diego e cia.

Após perder as eleições deste ano para Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, Teixeira deixou o clube não pretendendo voltar a exercer a função de presidente do Santos Futebol Clube.

Eurico Miranda e Vasco da Gama, ditadura com final melancólico

Após passar 15 anos sobe o comando de Antônio Soares Calçado (de 1983 a 1998), o Vasco da Gama passou por uma segunda “ditadura” ao eleger Eurico Miranda, durante as eleições de 2000. Reeleito em 2003 e 2006, sempre pela chapa da situação, o dirigente ficou conhecido por suas intervenções dentro e fora dos gramados, além das invasões de campo e tentativas de anulação de alguns jogos.

A “Era Eurico”, que durou seis anos, teve fim no dia 27 de junho de 2008, quando o Conselho Deliberativo do Vasco da Gama elegeu o ex-jogador e eterno ídolo da torcida vascaína, Roberto Dinamite, como novo presidente do clube carioca.

Ricardo Annes Guimarães e Atlético-MG, presidente do banco e, às vezes, do Galo

Presidente do Banco BMG e do Atlético-MG entre 2000 e 2006, Ricardo Annes Guimarães vivenciou o calvário do rebaixamento para a Série B em 2005, um dos piores momentos da história do Galo Mineiro.

Após o longo período a frente do Atlético-MG, Ricardo não resistiu a má gestão e deixou o cargo de presidente, ocupado em seguida por Ziza Valadares. Este também não ficou por muito tempo no comando do clube mineiro, administrado hoje por Alexandre Kalil.


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Década marcou o fim das ditaduras presidenciais em clubes brasileiros. Confira!

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