A primeira noite de desfiles das escolas de samba no Rio de Janeiro se encerrou com o amanhecer desta segunda-feira, após uma maratona de quase nove horas que começou com as aventuras de Quixote e terminou na história de Brasília.

O mundo de “Dom Quixote de La Mancha” foi representado pela União da Ilha do Governador, que voltou à elite do Carnaval do Rio após oito anos e abriu os desfiles da noite passada.

Em seguida, foi a vez da Imperatriz Leopoldinense, que mesmo com o perfeccionismo que a caracteriza, não conseguiu contagiar o público com o desfile “Brasil de Todos os Deuses”.

Religiões como o cristianismo, budismo, judaísmo, islamismo e hinduísmo, que convivem em paz no Brasil, estiveram representadas pela Imperatriz.
A passagem da escola pela Sapucaí foi marca pela presença da cantora Madonna, que esteve nos camarotes do Sambódromo a convite do governador Sérgio Cabral e chegou a descer à pista para dançar.

A terceira a desfilar foi a Unidos da Tijuca, com o enredo “É segredo!”, sobre os mistérios e lendas que sempre despertaram a curiosidade do homem.

A escola deu show com uma comissão de frente formada por um grupo de magos que, sem perder o ritmo do samba, mudavam repetidamente de roupa. A Unidos chegou a tirar o grito de “é campeã” das arquibancadas.

Dentro da representação de tudo que é mistério, a Unidos da Tijuca mostrou em um carro o incêndio da biblioteca de Alexandria, enquanto outro, dedicada aos jardins suspensos da Babilônia, levava cerca de cinco mil plantas diferentes.

Os super-heróis, que guardam segredos para o imaginário infantil, também estiveram no desfile, assim como um sósia de Michael Jackson, que pôs a multidão de pé com seus passos.

Sem empolgar, a Unidos do Viradouro apresentou depois o desfile “México, o Paraíso das Cores, sob o Signo do Sol”, onde contou a história desse país.

De Frida Kahlo à Virgem de Guadalupe, passando pela história da conquista e da independência mexicana, Cantinflas, Chaves e Chapolin Colorado: todos estiveram no desfile da Viradouro.

Atual campeão do Carnaval, o Salgueiro foi ovacionado e recebido com o coro de “bicampeã”.

“História sem fim”, uma viagem pelo mundo mágico dos livros, foi o enredo do Salgueiro, que mostrou desde a Bíblia até clássicos da literatura, como “Harry Potter”, “Os Miseráveis” e “Sítio do PicaPau Amarelo”.

O primeiro dia de desfiles foi fechado pela Beija Flor, uma das favoritas ao título, que encenou a fundação de Brasília e os 50 anos da capital nacional.

“Brilhante ao Sol do Novo Mundo, Brasília: do Sonho à Realidade, a Capital da Esperança” foi o enredo da Beija Flor, que levou ao sambódromo representações de prédio emblemáticos da cidade, como a Catedral e o Palácio do Itamaraty.

Os imigrantes de todo Brasil que trabalharam na construção da nova capital, o lago Paranoá, a fauna típica da região e uma homenagem a Juscelino Kubitschek fizeram parte do espetáculo.

Entre a noite de hoje e a madrugada de terça-feira desfilarão Mocidade, Porto da Pedra, Portela, Grande Rio, Vila Isabel e Mangueira.


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De Quixote a Brasília, 1º dia de desfiles agita Sapucaí

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