O Autoracing fez uma super enquete em sua homepage para que os amantes do esporte a motor votassem no melhor piloto desta década. Com o resultado da votação o Autoracing, que por estar no ar desde agosto de 2000, teve a possibilidade de acompanhar a trajetória de todos eles, formou o grid dos 10 melhores.

Foram 23 pilotos que a equipe do Autoracing colocou na votação, todos eles com as vitórias e/ou títulos que conquistaram nas principais categorias mundiais desde o ano de 2000.

A pesquisa ficou dois dias e meio no ar e recebeu 5006 votos de visitantes únicos (IPs diferentes), número que excede o ideal para pesquisas deste tipo, de acordo com os institutos de pesquisa. Todos os pilotos obtiveram votos, sendo que os que ficaram da 11ª até a 23ª posição obtiveram 913 votos somados

Veja como ficou, de trás para fente, o Grid da Década do esporte a motor:

10. Lewis Hamilton – 101 votos

Depois de Tiger Woods quebrar as barreiras do preconceito racial no golfe e das irmãs Venus e Serena Williams revolucionarem o mundo do tênis, o mesmo pode acontecer nas categorias top do automobilismo internacional. Lewis Hamilton, descendente de emigrantes das Ilhas Granadinas, antiga colônia inglesa no Caribe, tornou-se o primeiro piloto negro da história a entrar na Fórmula 1. E, se continuar demonstrando a habilidade vista até agora, o garoto certamente será um dos grandes nomes da história da categoria.

Campeão da Fórmula 1 em seu segundo ano, além de o mais jovem da história na categoria. Esse feito foi alcançado pelo inglês Lewis Hamilton. Após uma grande temporada de estreia pela McLaren em 2007, com quatro vitórias (Canadá, Estados Unidos, Hungria e Japão) e o vice-campeonato, Hamilton corrigiu a “injustiça” do ano anterior, quando perdeu o título tendo 17 pontos de vantagem para o segundo colocado, restando duas provas para o final. Em 2008, o inglês teve cinco vitórias (Austrália, Mônaco, Inglaterra, Alemanha e China), e só não conquistou mais uma devido a uma punição discutível na Bélgica. Em 2009, terminou o ano em alta após um começo fraco da McLaren.

9. Jimmie Johnson – 143 votos

Jimmie Johnson vem sendo o rei da NASCAR nos últimos quatro anos. Ele fez sua primeira temporada completa na Cup em 2002 com a Hendrick Motorsports e imediatamente mostrou ser um piloto diferenciado, se tornando o primeiro estreante a vencer ambas as corridas na mesma pista em um ano, no Dover International Speedway. Ele também foi o primeiro estreante a liderar o campeonato (e até hoje o único a conseguir o feito) e é o único que terminou entre os cinco primeiros em suas sete primeiras temporadas completas. Em 2006, Johnson venceu a Daytona 500, a Brickyard 400 em Indianápolis e o campeonato da Sprint Cup no mesmo ano. Em 2007, ele igualou um recorde da era moderna da NASCAR ao conseguir quatro vitórias consecutivas, algo que havia sido alcançado pela última vez por Jeff Gordon em 1998.

Em 2009, Johnson conquistou seu quarto título consecutivo na Sprint Cup, após vencer sete vezes na temporada, sendo quatro delas durante o Chase, fase decisiva de dez etapas na qual vem sendo imbatível desde 2006. Além das vitórias, ele terminou entre os dez primeiros em todas as outras etapas do Chase com exceção do Texas, o que lhe deu uma confortável vantagem de 141 pontos sobre seu companheiro de equipe Mark Martin ao final do campeonato. Até o momento, Johnson totaliza 47 triunfos, 23 poles e 180 chegadas entre os dez primeiros em sua carreira relativamente curta.

8. Felipe Massa – 145 votos

Felipe Massa, campeão brasileiro de Fórmula Chevrolet em 1999, foi para a Europa no ano seguinte, sagrando-se vencedor do Campeonato Italiano e Europeu de Formula Renault. No ano seguinte, foi o campeão do Campeonato Europeu de Fórmula 3000 com uma etapa de antecipação. A estreia na Fórmula 1 foi em 2002, com apenas 20 anos de idade. Felipe disputou toda a temporada pela equipe Sauber, fazendo quatro pontos e terminando em 13º. No ano seguinte, para ganhar experiência, Massinha trabalhou como piloto de testes da Ferrari. Em 2004, voltou para a Sauber, marcando 12 pontos e terminando o ano em 12º. Em 2005, ainda na Sauber, Massinha conquistou 11 pontos, superando pela primeira vez um companheiro de equipe: Jacques Villeneuve, campeão em 1997.

Em 2006, Felipe Massa deu o grande passo de sua carreira. Contratado para guiar ao lado de Michael Schumacher na Ferrari, o piloto brasileiro fez um belo papel: venceu duas corridas (Turquia e Brasil), fez 80 pontos e terminou o campeonato na terceira posição. Em 2007, sem a sombra do piloto alemão, Massa teve melhores condições para desenvolver seu potencial, apesar dos azares que lhe tiraram da luta direta pelo título; venceu três provas (Bahrain, Espanha e Turquia), marcou 94 pontos e encerrou o ano em quarto. A temporada de 2008 começou mal, com abandono em duas corridas, mas Felipe se recuperou, obteve seis vitórias (Bahrain, Turquia, França, Bélgica, Europa e Brasil), chegou a ocupar a liderança do campeonato e acabou vice-campeão por muito pouco. O ano de 2009 foi difícil e encerrou-se dramaticamente com o acidente em Hungaroring. Esperança de dias melhores em 2010.

7. Fernando Alonso – 149 votos

Fernando Alonso tornou-se em 2005 o mais jovem campeão da história da Fórmula 1, feito superado por Lewis Hamilton três anos depois. O espanhol estreou na Fórmula 1 no dia quatro de março de 2001, pela pequena Minardi. A estreia pela Renault aconteceu em 2003, conquistando uma pole na Malásia e uma vitória na Hungria. Em 2004 Alonso terminou em quarto. Foi uma espécie de ano de transição, no qual a Renault preparou-se para o grande salto, que ocorreu em 2005. Fernando venceu sete vezes (Malásia, Bahrain, San Marino, Europa, França, Alemanha e China) e foi campeão com antecedência. Em 2006, mais um título, com sete vitórias (Bahrain, Austrália, Espanha, Mônaco, Inglaterra, Canadá e Japão) e superando nada menos do que o conjunto multicampeão Michael Schumacher/Ferrari, que vinha com grande superioridade de equipamento nas corridas finais.

Em 2007, um novo desafio. Guiando pela McLaren, Alonso teve novamente que encarar a Ferrari, além do próprio companheiro Hamilton. O espanhol conseguiu quatro vitórias (Malásia, Mônaco, Europa e Itália) e disputou o título até a última etapa. O retorno à Renault se deu em 2008, ano em que conseguiu dois triunfos (Cingapura e Japão) na fase final da temporada. Após um 2009 fraco em resultados, Alonso transferiu-se para a Ferrari, onde espera poder demonstrar sua habilidade conquistando novos títulos.

6. Ingo Hoffmann – 202 votos

Ingo Hoffmann correu pela equipe Copersucar-Fittipaldi na Fórmula 1, categoria na qual conseguiu se classificar para a largada três vezes em seis tentativas nos anos de 1976 e 1977, mas foi na Stock Car que o “alemão” se consagrou. Ele é o recordista de títulos com 12 campeonatos conquistados (1980, 1985, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1996, 1997, 1998 e 2002), além de também ser o detentor do recorde de seis títulos consecutivos. Ingo competiu na categoria nacional de turismo desde sua prova inaugural em 1979 e se aposentou em 2008, sendo assim o piloto com o maior número temporadas na Stock, 30 no total. Foi campeão com os carros Opala, Ômega e Vectra.

Em seu ano de despedida das pistas, correndo com o Mitsubishi Lancer da equipe AMG, Hoffmann marcou 72 pontos e encerrou o campeonato na 11ª colocação. Ele recebeu diversas homenagens por todos os seus feitos, tendo inclusive ganhado de presente o Opala com o qual conquistou seu primeiro título em sua última corrida em Interlagos, onde terminou em terceiro lugar. Além da Stock Car, Ingo também disputou o Brasil GT3 Championship em 2008, dividindo a pilotagem de um Lamborghini Gallardo com Paulo Bonifácio. A dupla terminou o campeonato na oitava posição, depois de uma vitória e cinco pódios. Após sua aposentadoria como piloto, ele se tornou chefe de equipe na Stock Car a partir de 2009.

5. Juan Pablo Montoya – 249 votos

Após vencer o campeonato da Fórmula 3000 em 1998, Juan Pablo Montoya foi contratado pela equipe Chip Ganassi para substituir o bicampeão Alessandro Zanardi na CART em 1999. O colombiano superou as expectativas, igualando o feito de Nigel Mansell ao conquistar o título em sua temporada de estréia. No ano seguinte, ele foi o primeiro estreante a vencer as 500 Milhas de Indianápolis desde Graham Hill em 1966, depois de dominar com tranquilidade o tradicional evento. A performance impressionante nos Estados Unidos lhe rendeu um contrato com a Williams para correr na Fórmula 1 a partir de 2001.

Em sua temporada de estréia na principal categoria do automobilismo, Montoya conquistou três poles e sua primeira vitória no GP da Itália, em Monza. Outro destaque foi a memorável ultrapassagem sobre Michael Schumacher no GP do Brasil, em Interlagos, onde parecia caminhar para a vitória já em sua terceira corrida até ser tirado da pista por Jos Verstappen. O colombiano continuou na Williams até o final de 2004, chegando inclusive a lutar pelo título em 2003, quando também venceu o GP de Mônaco. Após um desentendimento com a equipe no GP da França daquele ano, Montoya assinou com a McLaren para 2005, mas a parceria não rendeu os resultados esperados. Depois de ser um dos causadores de um acidente envolvendo oito carros no GP dos Estados Unidos de 2006, inclusive o do companheiro Kimi Raikkonen, ele anunciou seu retorno à equipe Chip Ganassi e aos Estados Unidos para correr na NASCAR.

A adaptação de Montoya à categoria não vem sendo fácil, e apesar de ter obtido sua primeira vitória na Sprint Cup no circuito misto de Sonoma em 2007, ele ainda não venceu em um oval. No entanto, sua performance deu um salto em 2009, quando se tornou o primeiro estrangeiro a se classificar para o Chase e terminou o campeonato em oitavo lugar. O piloto da Earnhardt Ganassi é um dos dois em atividade – ao lado de Jacques Villeneuve – a vencer duas pernas da tríplice coroa do automobilismo, composta pelas 500 Milhas de Indianápolis, 24 Horas de Le Mans e pelo GP de Mônaco. Ele também é o único a vencer o campeonato da CART, a Indy 500 e as 24 Horas de Daytona em sua estréia.

4. Rubens Barrichello – 251 votos

Após um desempenho bem sucedido nas categorias de base do automobilismo, Rubens Barrichello estreou na Fórmula 1 em 1993, pela Jordan. Com algumas boas atuações e um desempenho soberbo na chuva de Donington Park, em sua terceira prova na categoria, além da pole position na Bélgica em 1994, Rubens Barrichello mudou de casa em 1997, aceitando o desafio de guiar por uma equipe estreante: a Stewart. Três anos depois, o maior desafio: ser parceiro de Michael Schumacher na Ferrari, feito escudado por um belo ano de 1999, com pódios regulares e pole position na França.

No ano 2000, um bom desempenho acabou premiando Rubinho com uma fantástica vitória histórica no GP da Alemanha. Em 2002 e 2004 foi vice-campeão, e ganhou um total de nove provas pela Ferrari. Em 2006, o brasileiro estreou na Honda, tendo um primeiro ano de aprendizado, um segundo penando com um carro ruim e um terceiro melhor, com um pódio na Inglaterra. Barrichello, dado como aposentado, renasceu em 2009 com a Brawn GP, vencendo duas provas e brigando pelo título até a penúltuma etapa. Agora, o desafio é a Williams.

3. Sébastien Loeb – 400 votos

O maior vencedor da história do WRC com 54 vitórias no geral e 6 títulos em sequência nasceu em Haguenau, na França em 1974. Loeb quando criança queria se tornar um ginasta, mas graças aos Deuses do automobilismo, mudou de idéia quando adulto. Ele começou sua carreira em 1998 ao participar em eventos de rally da série “Citroen Saxo” francesa e logo conquistou o título em 1999. Isso chamou a atenção de Guy Fréquelin, chefe da equipe principal da Citroen no WRC, que o colocou para participar do Mundial de Rally Junior. Loeb chegou e ganhou o título de 2001. Em 2002 Loeb foi colocado como piloto na equipe principal da Citroen no WRC e venceu de cara a corrida de abertura da temporada, o Rally de Monte Carlo. Nesse ano ele venceu também o Rally da Alemanha.

Em 2003 ele foi vice-campeão, perdendo o título por apenas 1 ponto para Petter Solberg. 2004 marca o ano de seu primeiro título do WRC obtendo 6 vitórias e vários pódios. Em 2005, com a vitória no Rali da Argentina, Loeb se tornou o primeiro a vencer 6 rallies consecutivos e o primeiro a vencer sete em uma temporada. Neste mesmo ano ele venceu todas as 12 etapas do Rally da França, feito inédito no WRC até então. Em 2005 ele também venceu pela primeira vez a corrida dos campeões (ROC).

2006, 2007 e 2008 mostraram uma completa soberania de Sébastien Loeb em cima dos adversários sob todo e qualquer ponto de vista. Em 2008 foram inacreditáveis 11 vitórias para conquistar seu quinto título consecutivo. Em 2009 foram “apenas” 7 vitórias. É bom frisar que seu co-piloto em todas as suas 54 vitórias no WRC foi Daniel Elena, que também merece todos os créditos.

2. Michael Schumacher – 1.101 votos

Schumacher é provavelmente o campeão mais controverso da história da F1. Detentor de 7 títulos, 5 dos quais nesta década, ele provoca reações diametralmente opostas nos fãs. Fiel seguidor do lema “vale tudo para vencer”, a maioria gosta muito ou odeia Schumacher; é difícil encontrar um meio termo. Gostando-se ou não, os fatos mostram que ele é um gênio, um dos poucos pilotos de F1 completos de A a Z. Tem quase todos os recordes históricos da principal categoria do automobilismo mundial e os terá por muito tempo ainda, tamanha diferença que impôs aos adversários.

É curioso lembrar como Schumacher entrou na F1. Na temporada de 1991, Bertrand Gachot pilotava para a estreante equipe Jordan, naquele que vinha sendo seu melhor ano na categoria. No entanto, às vésperas de correr em casa, o piloto foi condenado na Inglaterra por uma briga de trânsito em que havia se envolvido um ano antes. O resultado foi decepcionante para a torcida em Spa-Francochamps; seu piloto acabou na cadeia, abrindo uma cobiçada vaga na equipe irlandesa.

A procura pela vaga foi intensa, mas uma proposta parecia melhor que as outras. O empresário alemão Willi Webber apresentou um piloto de esporte-protótipo protegido pela Mercedes-Benz, que teria sua estréia bancada pela multinacional alemã. O rapaz, um virtual desconhecido nos paddocks, impressionou ao alinhar seu Jordan verde na 7º colocação do grid de largada. A corrida não durou nem uma volta, por conta de uma falha mecânica, mas o impacto daquela surpreendente performance não seria abalado. Na corrida seguinte, Schumacher pilotaria uma Benetton, ocupando o lugar de Roberto Moreno, sumariamente despedido pelo “capo” Flávio Briatore. Dali em diante sua carreira foi um sucesso. Dois títulos pela Benetton e logo após uma proposta irrecusável da Ferrari levaram Michael Schumacher ao olimpo do esporte.

1. Valentino Rossi – 1.352 votos

Não é nenhuma surpresa a vitória de Valentino Rossi. Ele já venceu 20 vezes a eleição de Piloto da Semana que fazemos há muitos anos. Já não há mais muito o que falar sobre este gênio nascido em Urbino, Itália, em 1979. O homem é simplesmente uma monstruosidade em cima de uma moto. Nada parece detê-lo; nem pistas, nem adversários e muito menos um equipamento sabidamente inferior. The Doctor tira tudo e mais um pouco de seu equipamento. Mistura arrojo, valentia, técnica e inteligência como nenhum outro, sempre. Isso que impressiona, é sempre! Não tem tempo ruim pra ele, não tem doença, não tem cara feia, não tem política. Está sempre motivado, bem humorado e preocupado com o show.

The Doctor nasceu para brilhar, não apenas como um dos melhores pilotos do esporte a motor de todos os tempos, mas também como astro. Valentino entrega muito mais do que o mais exigente fã poderia esperar. Com 25 anos, já tinha conquistado os títulos das três categorias do Mundial de Motovelocidade. Tornou-se também o primeiro campeão mundial com as motos de quatro tempos. Em dez temporadas completas na mais importante categoria do motociclismo mundial, conquistou sete títulos e dois vice-campeonatos. Ao contrário de outros pilotos, Valentino passa uma imagem de irreverência, comemorando suas conquistas das formas mais inusitadas possíveis. A corrida acaba, mas o show continua.


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Confira o grid da década do esporte a motor

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