Sempre que há Copa do Mundo, lembra-se da evolução tecnológica que marca cada uma das edições. Começa desde a transmissão das partidas, com câmeras em alta definição e em 3D, e vai até dentro do campo, com juízes usando microfones e bola sendo, como sempre, a polêmica da vez.

Mas um dos detalhes que costumam passar despercebidos por nossos olhos é justamente aquele mais visível dentro de campo: os uniformes das seleções. De 1930 pra cá, muita coisa mudou, principalmente em se tratando das camisas.

Elas estão mais leves, justas ao corpo, e isso não é simplesmente fashionismo: mas muita tecnologia. São anos de pesquisas e milhões de dólares gastos para chegar Ao nível dos uniformes apresentados a cada mundial.

Para se ter uma ideia, são grandes as chances de, na Copa a ser realizada no Brasil, em 2014, as camisas terem chips que servirão para monitorar os batimentos cardíacos dos jogadores.

Na África do Sul, a estrela da vez o uniforme da seleção canarinho. Além de ser feita de material reciclável, com oito garrafas Pet no lugar do poliéster (o que diminuiu em 30% o processo de fabricação das roupas), ela tem furos feitos a laser que ajudam na transpiração.

A de 2006, por exemplo, foram confeccionadas com uma tecnologia que transportava o suor do corpo pela camisa. A primeira vez que isso aconteceu foi em 1998, com a criação da tecnologia Dri Fit, criada pela Nike. As roupas tinham modelagens mais justas, não ficavam ensopadas após alguns minutos de jogos – caso dos uniformes de Copas até a década de 1980, em suamaioria feitas em algodão.

Mas nem sempre o design de ponta está associado à camisas bacanas. A Copa de 1994, por exemplo, ficou marcada pelas estampas chamativas e bizarras, em razão das novas tecnologias impregnadas na produção dos tecidos. A do Brasil, por exemplo, tinha três escudos que funcionavam como marcas d água: eles faziam referência ao tricampeonato mundial.

A Adidas, por exemplo, criou na época um modelo diferente para cada uma de suas seleções. Há casos históricos, como o pijama usado pelo time da Nigéria, a camisa à la festa junina da Alemanha e o uniforme de todos os goleiros, que pareciam uma casca de tartaruga de tantos enxertos criados para protegê-los.

“Eu até gosto bastante dos uniformes de 94, a Adidas fez camisas lindíssimas, como as da Alemanha, Argentina e Espanha, mas fez modelos bastantes controversos também, com as da Nigéria e Estados Unidos”, analisa o designer Evaldo Rui de Oliveira Junior, de 31 anos, autor do blog Kit Design, apenas sobre camisas de futebol.

Colecionador de mais de 200 camisas Júnior, acredita que a Copa em que a preocupação com a tecnologia e o design foi um exagero tenha sido a de 2002. E foi mesmo. A Nike praticamente desfigurou a camisa da seleção brasileira e das outras que fornecia. Havia até uma certa camada dupla de tecido,um forro, criado justamente para ajudar na transpiração. O problema é que ele grudava no corpo!

Na final, entre Brasil e Alemanha, ficou famosa a cena em que o jogador Edmilson levou um baile para vestir uma camisa nova, após ter o uniforme rasgado. Por se tratar do evento mais assistido no mundo, eis uma publicidade que nenhuma empresa gostaria de ter.


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Confira a evolução das camisas nas Copas do Mundo