O Governo chinês mencionou a Google pela primeira vez diretamente na polêmica entre as autoridades chinesas e a empresa, e lembrou que a companhia americana “não é uma exceção” ao cumprir as leis do país.

“As firmas estrangeiras devem respeitar as leis e regulações da China, respeitar as tradições e costumes do público chinês e assumir as responsabilidades sociais correspondentes, e, certamente, a Google não é uma exceção”, disse nesta terça-feira (19), em entrevista coletiva, Ma Zhaoxu, porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores chinês.

A empresa começou a polêmica após comprovar que várias contas de e-mail de empresas, dissidentes políticos e jornalistas estrangeiros que hospeda foram “hackeadas”.

“As acusações foram feitas pela Google por sua conta. A China é contra os ataques piratas e, de fato, a China foi o principal alvo dos ‘hackers’ em 2008”, lembrou o porta-voz chinês.

A Google decidiu repensar sua estratégia na China, onde está presente há quatro anos em versão chinesa, ao entender que não estão sendo cumpridos os objetivos com os quais se implantou no país e que a levaram a bater de frente com a censura governamental.

A empresa anunciou que falaria com as autoridades chinesas sobre a possibilidade de operar um serviço de busca sem censura dentro da China e, se isso fosse impossível, então fecharia o Google.cn, sua versão chinesa.

O porta-voz oficial Ma Zhaoxu não quis confirmar se já houve esses contatos. Ma também disse que as acusações emitidas da Índia após ter recebido ataques informáticos invasivos, supostamente também a partir da China, “não têm base”.

As suspeitas indianas se juntam às denunciadas ontem pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que expressou, através de um comunicado, sua “indignação e grande preocupação” após os ataques contra as contas do Gmail de vários jornalistas estrangeiros que trabalham na China.


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China diz que Google "não é exceção" em cumprir leis do país