A Microsoft assinou nesta quinta-feira um termo de cooperação com o estado de São Paulo que vai dar acesso gratuito aos pacotes Office para cerca de 4,3 milhões de alunos matriculados na rede estadual de ensino, informou o secretario da Educação, Herman Voorwald.
O acordo, anunciado pelo secretário e o presidente da empresa americana, Mariano de Beer,tem o objetivo de disponibilizar conteúdos digitais sem custo para capacitar os alunos das escolas estaduais.
“A parceria complementa as ações focadas em disponibilizar ferramentas digitais atreladas ao currículo dos alunos”, disse Voorwald.
Segundo a Secretaria de Educação, a parceria irá articular alguns outros projetos da capital paulista como o Acessa Escola, que é um programa de inclusão digital e de acesso livre à internet nas escolas, e a Escola Virtual de São Paulo (Evesp), que disponibiliza plataformas digitais com cursos de idiomas e preparatórios online.
No entanto, segundo o especialista em software livre e professor Edson Silva, o governo do estado “está vendendo o serviço à Microsoft”, porque a parceria é uma forma de forçar o uso do software privado, porque os programas da empresa americana “são mais fáceis de piratear”, explicou à Efe.
Para o professor, o software livre proporciona mais liberdade de acesso, mesmo tendo uma interface de interação mais difícil de usar do que o da Microsoft.
“Não se deve viciar em uma forma de organização de janelas, pasta do desktop, e o Windows faz isso. Isso amarra as pessoas profissionalmente, elas devem ter liberdade para escolher o tipo de tecnologia irão utilizar no dia a dia, já que a lógica da programação é a mesma”, afirmou Silva.
O professor ainda destaca que o software livre é uma opção de investimento que tem custo, mas garante essa “liberdade” de interação com a tecnologia e a diminuição da pirataria comum ao campo da computação.
“Se a empresa libera gratuitamente os programas do pacote Office é uma maneira de tornar os alunos dependentes dessa corporação, e os governos devem ajudar nessa mudança de comportamento cultural, incentivando o não pagamento de altas licenças de programas”, ressaltou o especialista.