Durante a Campus Party 2009, nada fazia mais os visitantes virarem o pescoço para espiar duas vezes do que os computadores tunados, ou Modding, como é chamada a modinha.

Se você ainda não se familiarizou, trata-se da arte de modificar cases de computadores da forma mais criativa que sua mente permitir. A idéia é investir não apenas na parte de dentro da máquina, mas também naquela que salta aos olhos do público, com muito neon, ar refrigerado, ventoinhas coloridas e design surpreendente, como o do casemod Robô Morphiu´s, um dos maiores sucessos da feira.

Criado por Maciel Barreto, o projeto demorou dois meses para ser concluído e foi desenvolvido especialmente para a CP. A fama do design gráfico começou em 2008, quando Maciel levou para a edição passada um casemod caveira. O sucesso foi tão grande que logo em seguida ele abriu uma empresa de modding.

Outro que chamou atenção na CP09 foi Carlos Alexandre, conhecido como Xandelly e que compareceu ao evento caracterizado de Dr. Brown, o cientista maluco de ?De Volta para o Futuro?. Técnico de rede, viu sua paixão pelo modding surgir há dez anos, quando fez seu primeiro casemod de presente para o filho. Pegou gosto depois do primeiro e não parou mais.

O que ele levou para CP09 foi o Water Cooler, com um fluido que refrigera o sistema, desenvolvido por ele em parceria com a Unicamp. O resultado deu tão certo que agora Xandelly pensa até em comercializar o produto, que é o primeiro feito no Brasil.

O paulistano Saulo Ricci, 26, é dono de uma empresa que personaliza gabinetes de CPUs e não cansava de exibir sua criação. Durante o evento, Saulo estava expondo um gabinete que usa como base um carro de controle remoto, que ele vende por R$ 200, só o gabinete.

Como fazer um casemod

A onda do modding começou com a necessidade de adaptar gabinetes para melhorar a refrigeração de seus interiores. O crescente uso de “overclocking” dos processadores não raro levava usuários a modificar as estruturas do case para instalação de novas ventoinhas ou de soluções de refrigeração a água (“water coolers”).

No site www.neatorama.com/case-mod, há uma lista de modificações que ilustra bem a variedade de idéias aplicadas em gabinetes de computadores e outros equipamentos, como consoles de videogame e iPods. Sites como a CasemodBR e a loja especializada RJ CaseMod (www.rjcasemod.com.br) promovem encontros como um meio de estimular o crescimento dessa prática no país.

O ideal é que as alterações no design não prejudiquem a performance do computador. Se a sua idéia é fazer um casemod, o primeiro passo é planejá-lo com muito cuidado. Considere o tempo e a quantidade de dinheiro a serem gastos – uma modificação pode custar de dezenas a milhares de reais.

Antes de começar, desenhe o projeto ou em papel ou com softwares gráficos e leia bastante sobre o assunto. Tutoriais podem ser encontrados em sites como Twisted Mods (www.twistedmods.com), Creative Mods (www.creativemods.com) e Bit-Tech (www.bit-tech.net).

Calcule a posição das peças dentro do gabinete, que pode ser uma criação original sua ou uma modificação de um modelo comercial. Ventoinhas são itens obrigatórios, e a velocidade delas pode ser controlada com acessórios.

Se quiser investir em “water coolers”, confira se ele é compatível com seu processador. Para iluminação, o mais comum é utilizar cabos fluorescentes, que não costumam ser caros. Quem não tem tempo ou disposição para grandes modificações pode recorrer a gabinetes sofisticados.

Não esqueça de pesquisar máscaras e óculos de proteção, luvas, instrumentos de corte e outras ferramentas. Desenhos mais detalhados podem necessitar de corte a laser e pinturas especiais, serviços oferecidos por oficinas.


int(1)

Febre na Campus Party, o Modding conquista mais e mais curiosos