Live fast, die young: a vida e a carreira do mito James Dean


Créditos: Getty Images

No dia oito de fevereiro de 1931, há exatos 83 anos, nascia James Dean, o ator que melhor sintetizou, na tela e na vida, o espírito rebelde da juventude dos anos 50. Mesmo morrendo cedo em um acidente de carro aos 24 anos em 1955 e tendo feito apenas sete filmes, o ator continua icônico, a ponto de ter uma mostra de filmes em sua homenagem no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo, que segue em cartaz até o dia 16 de fevereiro.

Dean, em 1953, encenou a peça O Imoralista, baseada na obra de André Gide, em que interpretava um homossexual. A sua atuação lhe rendeu o Tony Award de melhor ator do ano além da atenção Hollywood. Assim se iniciava a curta e elogiada carreira do jovem no cinema, que durou apenas dois anos.

 

Nessa época, 1953, Marlon Brando tinha 29 anos e já era o galã de sua geração. Inevitavelmente, Dean, com 22 anos, foi apontado com o próximo Brando, mesmo sem encarnar o estilo elegante de seu colega mais velho. Dean usava calça jeans e gostava de tirar “racha” com carros, ele era mais rebelde e sua rebeldia cobrou seu preço.

 

Sobre seus filmes, muito já se falou. Para quem não conhece, vale ver Juventude Transviada, seu filme mais emblemático, que só chegou aos cinemas após sua morte.

 

Para relembrar o aniversário de Dean, o Virgula Famosos fez uma lista não dos filmes que o ator fez, mas daqueles que nós gostaríamos que ele tivesse feito. A lista não respeita a idade que o ator teria na época que os longas foram lançados, mas, se é para imaginar, que mal tem? Além disso, na memória do cinema, Dean sempre será um jovem transviado.

 

O Sol por Testemunha (1960), de René Clément. Filmado pouco depois da morte de Dean, foi estrelado por Alain Delon, com então 25 anos. O longa foi refilmado em 1999 por Anthony Minghella sob o nome de O Talentoso Ripley. Na trama, Tom Ripley recebe a missão de trazer um jovem estadunidense, que vive uma vida de playboy na Itália, de volta para os EUA, mas chegando lá ele acaba matando o rapaz e passa a viver sob sua identidade.

A Primeira Noite De Um Homem (1967), de Mike Nichols. Clássico cult dos anos 60 tem o primeiro papel de destaque de Dustin Hoffman, com então 30 anos, e a trilha sonora de Simon & Garfunkel.

Se… (1968), de Lindsay Anderson. O filme estrelado por Malcolm McDowell trata de jovens estudantes de um colégio interno que se rebelam com o sistema de ensino. Não bastasse a trama política, o filme abriu o emblemático festival de Cannes de 1968 que foi interrompido dado o rebuliço da época do maio de 68.

Laranja Mecânica (1971), de Stanley Kubrick. Pouco tem a se dizer desse filme estrelado pelo mesmo Malcolm McDowell de Se…, mas que seria interessante ver a performance de Dean sob a custódia de Kubrick, seria.

Querelle (1982), de Rainer Werner Fassbinder. O filme póstumo de Fassbinder, que era assumidamente gay, é um desbunde homoerótico e conta a história de um marinheiro que se envolve com homens e mulheres que se evenvereda pela marginalidade se tornar um ladrão e assassino. Um papel nada mal para Dean que, dizem as más línguas, tinha uma inclinação à bissexualidade.

O Homem Ferido (1983), de Patrice Chéreau. O longa de Chéreau chocou boa parte dos franceses ao retratar de forma crua o universo dos garotos de programa através de um rapaz que se apaixona por um michê mais velho e, atrás de seu desejo, entra para a marginalidade.

O Selvagem da Motocicleta (1983), de Francis Ford Coppola. No longa de Coppola, Matt Dillon é um jovem líder de uma gangue de sua cidade que vive entre brigas, o amor de sua namorada e a idolatria ao seu irmão, “O Motoqueiro”. Mais James Dean que isso, impossível.

Curtindo a Vida Adoidado (1986), de John Hughes. O que esse filme clássico da Sessão da Tarde tem a ver com a rebeldia de Dean? Quase nada, ou quase tudo. Ao seu modo, Ferris Buller é o arquétipo do rapaz estadunidense em suas angústias, mentiras, desvios e prazeres.

Garotos de Programa (1991), de Gus Van Sant. O longa é estrelado por outra promessa do cinema que morreu cedo demais, River Phoenix, que chegou a ganhar o prêmio de melhor ator no festival de Veneza por sua atuação neste filme.

Clube da Luta (1999), de David Fincher. James Dean provavelmente não faria feio na pele do contestador Tyler Durden, interpretado por Brad Pitt.

Bicho de Sete Cabeças (2001), de Laís Bodanzky. No longa, Rodrigo Santoro faz um jovem que é internado por seus pais compulsoriamente em um manicômio porque fumava maconha. Um prato cheio para James Dean.

Os Sonhadores (2003), de Bernardo Bertolucci. No longa, Bertolucci tenta recriar o espírito de maio de 68 através do convívio de três jovens com suas angústias, suas ideologias, seus ativismos, seus desejos e sua sexualidade.

Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008), de Christopher Nolan. Não pense em James Dean como o homem morcego, mas sim como o Coringa, neste filme que consagrou postumamente a atuação delirante de Heath Ledger.

Cosmópolis (2012), de David Cronenberg. Não que a atuação de Robert Pattinson prejudique o filme de Cronenberg inspirado no livro homônimo de Don Delillo. No entanto, Delillo e Cronenberg mereciam um ator menos sem sal do que astro de Crepúsculo.

O Lobo de Wall Street (2013), de Martin Scorsese. O longa estrelado por Leonardo DiCaprio bateu o recorde em Hollywood do uso da palavra “fuck”. Fora as intermináveis carreiras de cocaína, e as centenas de prostitutas que passam pela vida de Jordan Belfort.

 


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