Autêntico e sem medo! Duas características que definem bem a personalidade de um dos maiores diretores de arte do Brasil na modernidade. Alê Monteiro contou ao Virgula mais sobre a repercussão de seu desabafo sobre homossexualidade e gordofobia e expôs a outra face do mercado publicitário, aquela “oculta”, que ninguém vê, ou finge que não vê.
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“Eu trabalho com audiovisual desde os 14 anos e eu entendo como funciona o mercado. Que são campanhas publicitárias, desfiles, etc, com padrões inatingíveis de beleza para justamente nos deixar inseguros”, dispara logo na resposta da primeira pergunta.
Para Alê, quem se sente muito seguro no meio da publicidade tem a capacidade de se sobressair exatamente pela insegurança dos demais, algo que com ele já deixou de funcionar faz tempo. “Pessoas livres preocupam pessoas que se interessam em ter pessoas presas para enriquecer cada vez mais das suas inseguranças. Eu sou um prato muito indigesto para pessoas de paladar monolítico”.
O diretor explica que o preconceito nada tem a ver com a classe social, está intrínseco na questão educacional e comportamental. “O preconceito existe e não é sutil, é violento! Eu vivo num mercado totalmente preconceituoso, que para mascarar, coloca uma gorda na campanha publicitária, mas não contrata uma vendedora gorda. Muita hipocrisia. Sinto que sou tolerado, não digo nem aceito, por ser milionário”.
Alê não vive aquém do que vê, mas além. “Eu sinto que sou privilegiado e uso meu lugar de destaque para dar voz as minorias e encorajar as pessoas a serem elas mesmas. A autenticidade é importante pro mundo e para a vida. Vivemos em pessoas fabricadas em série, que fazem trends, que faz a mesma dança o mesmo penteado e a mesma maquiagem e fazem procedimento para ter o rosto igual”.
Acompanhe abaixo a entrevista na íntegra com o diretor de arte Alê Monteiro.
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