Dia 13 de novembro de 1999. Nesta data, na cidade de Vigo,
há quase 14 anos, a Seleção Brasileira fazia seu último duelo contra a Espanha, rival deste domingo (30), no Maracanã, às 19h, pela decisão da
Copa das Confederações. Hoje comandada por Luiz Felipe Scolari, a equipe que
encarou a Fúria no estádio Balaídos era dirigida por Candinho, atualmente
gerente futebol da Portuguesa e que na oportunidade substituía Vanderlei Luxemburgo no cargo.

Em entrevista exclusiva ao Virgula Esporte, Candinho contou
detalhes daquela embate, relembrou a força que o adversário tinha e se mostrou
otimista com relação ao jogo contra os atuais campeões do mundo e bicampeões
europeus.

“A responsabilidade do Felipão aumentou em uma semana né?!
(risos). Eu enfrentei eles em 1999, ficamos no 0 a 0 jogando em Vigo, com
estádio lotado e toda a pressão contra. Aquele foi um baita jogo, com craques
dos dois lados, assim como atualmente. No domingo ele terá tudo a favor,
torcida, estádio, clima. Vou te falar, ele vai ganhar, e bem. Se fosse apostar,
marcaria uns 2 a 0 ou 3 a 1 para o Brasil”, disse.

Perguntado sobre qual argumento ele daria para ser tão
otimista com a Seleção Brasileira, Candinho usou o Barcelona como exemplo e
apontou o desgaste físico e o “fator Messi” para não colocar a Fúria como
favorita no Maracanã.

“Sabemos da qualidade da Espanha, que a base do Barcelona
está no time titular e é praticamente a mesma equipe, só que sem o Messi. E vou
te falar, sem o Messi, sem o Daniel Alves, sem aquele chileno que joga pelos
lados (Aléxis Sanchez), a coisa é diferente. Fora o desgaste causado pelo calor
e a prorrogação no Nordeste”, explicou, lembrando da semifinal contra a Itália, jogado nessa última quinta-feira (0 a 0 no tempo regulamentar e na prorrogação e 6 a 5 para a Espanha nos pênaltis).

Sobre o empate em Balaídos, em 1999, Candinho relembrou o
aperto que passou para segurar o 0 a 0 contra o time comandado por José Antonio
Camacho
. Na época, o gerente da Portuguesa promoveu a estreia no time titular do ex-goleiro
Marcos, que em 1996 já tinha sido convocado por Zagallo, na Seleção Brasileira.

“Aquele jogo foi marcante por diversos motivos. Foi o
primeiro do Marcos com a camisa da seleção, foi um jogaço. Ele fechou o gol, defendeu
muito. E olha que a Espanha tinha um baita time, com Etxeberría, Morientes,
Guardiola, Luis Enrique e o Raúl, que mesmo muito jovem já era titular da
seleção”, disse. “Aquela partida estava preparada para ser uma festa da Espanha,
pois eles comemoravam 100 anos da Federação Espanhola de Futebol. Tinha um
monte de gente importante, jogávamos com o time principal, pois na época o
Vanderlei (Luxemburgo) estava na Austrália fazendo dois amistosos com a seleção
olímpica, por isso a responsabilidade, desde a convocação até a escalação, era
toda minha”, completou.

Assim como acontece atualmente com Felipão, Candinho também
sofria com alguns torcedores que opinavam sobre o ataque da Seleção Brasileira.
O ex-treinador brincou com a situação e lembrou que em 1999 ele tinha dois Hulks
no seu time titular.

“Muita gente falava das escalações do Élber e do Sonny
Anderson
, que tinha gente melhor, jogadores experientes, mas poucos lembram que
naquela temporada eles eram os maiores artilheiros da Europa. O Élber na
Alemanha (Bayern de Munique) e o Sonny na França (Lyon)”, explicou Candinho, que durante a partida sacou
Sonny Anderson e promoveu a  entrada de
Jardel no time.

Ficha técnica do último Brasil x Espanha:

Jogo: Espanha 0 x 0 Brasil

Data: 13 de novembro, 1999

Times

Espanha: Molina; Michel Salgado, Paco, Abelardo e Sergi;
Guardiola, Luiz Enrique (Mendieta) e Valerón (Engonga); Etxeberria (Urzaiz),
Morientes (Munitis) e Raúl González (Alfonso Perez).

Técnico: José Antonio
Camacho

Brasil: Marcos; Cafu, Antonio Carlos, Aldair e Roberto
Carlos; Emerson, Marcos Assunção, Zé Roberto (Giovanni) e Rivaldo (Zé Elias);
Elber e Sonny Anderson (Jardel). 

Técnico: Candinho

Árbitragem: René Temmink (Holanda)

Estádio: Balaídos, em Vigo (Espanha)


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Técnico do último jogo entre Brasil e Espanha, Candinho aposta no amigo Felipão: ‘Ele vai ganhar, e bem’