A união de várias estrelas em um mesmo grupo é, muitas vezes, encarada pelas pessoas como o melhor atalho para o sucesso, seja ele no futebol ou em qualquer outro esporte coletivo. No entanto, a empolgação do início acaba por se transformar em sentimento de frustração no final, quando as estrelas não obtêm o resultado esperado.

O psicólogo de esporte Luis de Andrade Martini tenta explicar esse fenômeno muitas vezes incompreendido pela lógica futebolística. “Ainda que chamemos estes jogadores destacados de estrelas, eles são antes de mais nada seres humanos e, como tais, carregam o tempo todo seus problemas de vida, suas possibilidades de diálogo e de conflito. Dirigir um grupo de estrelas exige compreender como estas múltiplas combinações de personalidade podem interagir positivamente”.

Segundo o psicólogo, vários fatores influenciam o sucesso do grupo. “Os fatores ambientais (contrato de trabalho), pessoais (diferenças pessoais), de liderança (personalidade do técnico) e de equipe (desejo de sucesso do grupo, objetivo)”, combinados, provocarão resultados para o elenco – conquista de títulos, bom desempenho no jogo -, e resultados individuais – satisfação pessoal.

<b>Na prática</b>

Alguns clubes de futebol já buscaram, em grandes nomes do esporte, apoio para a conquista de campeonatos. Em 1995, o Flamengo agitou o mundo da bola com um ataque dos sonhos: Edmundo, Romário e Sávio. Sob o comando do técnico Vanderlei Luxemburgo, o “dream team” foi um fiasco. Além de não ganhar nem mesmo o Estadual (que ficou com o Fluminense) e o Campeonato Brasileiro (que ficou com o Botafogo), o trio se desfez e o treinador deixou o clube carioca.

Outro exemplo foi o Palmeiras de 1996. O clube faturou o Paulista, mas acabou como vice na Copa do Brasil – mesmo jogando em casa contra o Cruzeiro -, e foi desclassificado nas oitavas-de-final pelo Grêmio, no Campeonato Brasileiro. Isso, com jogadores no elenco como: Velloso, Cafu, Júnior, Rivaldo, Muller, Djalminha e Luizão.

Os craques do Real Madrid também não escapam das críticas. Desde 2000 os espanhóis têm montado um time de causar inveja. Figo foi a primeira estrela a chegar. Um ano depois, em 2001, Zidane. Em 2002, um reforço brasileiro, Ronaldo. Nos dois anos seguintes mais dois nomes de peso: Beckham e Owen. E, mais recentemente, o técnico Vanderlei Luxemburgo.

Porém, nesse período o Real Madrid conquistou apenas cinco títulos: Copa dos Campeões (2000 e 2002), Campeonato Espanhol (2001 e 2003) e o Mundial Interclube (2002), muito pouco para quem têm estes nomes vestindo a camisa do clube.

<b>Corinthians</b>

O Corinthians-MSI aposta na lógica e investe pesado para ter um ano de 2005 melhor que o que passou. A equipe do parque São Jorge buscou na Argentina os reforços necessários para apagar o fraco desempenho no Paulista – o clube quase foi rebaixado – e o 5º lugar no Campeonato Brasileiro.

Tevez, Dominguez e Carlos Alberto já chegaram ao clube paulista com o objetivo de segundo Kia Joorabchian, presidente da MSI, “vencer tudo”. No total, mais de R$120 milhões foram investidos.

“Eu quero ganhar tudo. É para isso que a MSI está gastando tanto na formação do Corinthians. Não vim ao Brasil perder dinheiro”, declarou Kia no último domingo.

Nem mesmo o presidente do clube, Alberto Dualib, esconde a empolgação. Já foi flagrado por jornalistas chamando o novo Corinthians de “gasláticos” – fazendo alusão ao time cheio de estrelas do Real Madrid, conhecido como “galáticos”. Já disse que “estas são as maiores contratações da história” do Timão e já afirmou várias vezes que o Corinthians a partir de agora “entrava para o cenário mundial do futebol”.

Com tanta euforia a pressão já é grande. Carlos Alberto diz já sentir a “pressão da torcida por resultados imediatos” e pede calma. O técnico Tite, apesar de já ter dito que as cobranças serão justas já que o clube está contratando um elenco forte, usa o mesmo discurso de Alberto. “Não dá para falar em vencer campeonatos sem ter um grupo formado e entrosado. Não se pode pressionar antes da hora”, afirma.

A partir desta quarta-feira (19/01), contra o Mogi Mirim, pelo Campeonato Paulista, o Corinthians mostrará se transformará a teoria em resultados ou se será apenas mais um grupo de estrelas sem brilho.

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Será que as estrelas do Timão brilharão?