Diego Lopez esteve com a seleção no Sul-Americano de Bento Gonçalves


Créditos: Divulgação/Acervo Pessoal

Em crescimento e com resultados históricos como a vitória sobre a Argentina no Sul-Americano, o rúgbi brasileiro deverá ter mais um ano difícil. Dependente da ajuda do Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, a modalidade não teve nenhum atleta contemplado com essa ajuda financeira em 2011.

De acordo com Diego Lopez, pilar da equipe de sevens do Brasil, dos mais de três mil atletas selecionados para o projeto neste ano, nenhum jogador foi contemplado ainda. Lopez, em entrevista exclusiva ao Portal Virgula, acredita que isso aconteceu por causa dos Jogos Olímpicos de 2012.

“A lista apontou uma clara estratégia de privilegiar a preparação do Brasil para a Olimpíadas de 2012 em Londres e o rúgbi só retornará em 2016”, disse o atleta que depende de ajuda para seguir realizando o sonho de atuar no rúgbi.

“Sigo dependendo do esforço e ajuda de familiares e amigos para poder dedicar-me 100% ao esporte, mas apesar das dificuldades financeiras que infelizmente ainda fazem parte da realidade de muitos atletas amadores no país, pessoalmente estou muito contente com as perspectivas de 2011”, falou Lopez.

Apesar de todas as ressalvas, o atleta vê que a Olimpíadas de 2016 pode trazer um grande legado esportivo para o Brasil semelhante ao que aconteceu na Espanha após os Jogos Olímpicos de 1992.

“Nos últimos anos o mundo do esporte se rendeu à Espanha em várias atividades esportivas: Futsal, Handebol, Hóquei sobre Patins, Basquete, Tênis, Ciclismo, isso sem contar Motociclismo, Formula 1, ou mesmo a Copa da África do Sul. Respeitando as exceções, a própria Espanha reconhece que muitas de suas conquistas se devem ao investimento realizado pelo país há quase 20 anos nas Olimpíadas de Barcelona em 92”, afirmou Lopez, que finalizou alertando sobre um problema nos esportes coletivos do país.

“Ainda que seja afetado pessoalmente pela falta de investimentos, centrar a análise apenas no rúgbi seria um erro.  Voltando ao caso do vôlei, a equipe de Marcelo Negrão, Tande, Giovane, Maurício, entre outros mitos do esporte, segue sendo uma das poucas equipes brasileiras a ganhar uma medalha de ouro em uma competição coletiva por equipes. Isso indica que algo não está funcionando no esporte nacional”, completou.

Mesmo com todos os problemas encontrado, Diego Lopez tem o que comemorar, além dos resultados históricos pela seleção brasileira. Recentemente, o jogador fechou um acordo com a agência de marketing Shark&Lion que já trabalha com a Confederação Brasileira de Rugby.

Reposta

Procurado pela reportagem, o Ministério do Esporte justificou que o repasse do Bolsa Atleta é feito apenas para modalidades Olímpicas.

“Conforme prevê a legislação vigente, a concessão de bolsa é prioritária para atletas de modalidades que fazem parte do programa olímpico ou paraolímpico. O rúgbi, assim como todas as modalidade não-olímpica, passará por análise do Conselho Nacional de Esporte para, posteriormente, ser contemplada. Exceto para o Sevens, que estará no Rio 2016, a contemplação ocorrerá como modalidade olímpica”, afirmou a pasta por intermédio de sua assessoria.


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Sem ajuda do Ministério do Esporte, atleta da seleção de rúgbi depende de amigos para jogar