Uma “seleção” de atletas que tentam aproveitar a fama conquistada no cenário esportivo para entrar no campo político será um dos destaques das eleições do próximo domingo.

Entre os candidatos a cargos de deputado federal e estadual, estão ídolos do futebol já aposentados, como a dupla do tetra Romário e Bebeto, jogadores ainda em atividade, como o atacante Túlio Maravilha e o goleiro Harlei, e representantes de outras modalidades.

Caso fosse possível, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria a oportunidade de montar um verdadeiro “time dos sonhos” dos gramados. Para o gol, estariam “disponíveis” João Leite (ex-Atlético-MG), Rafael Cammarota (campeão brasileiro com o Coritiba em 1985), e Danrlei, um dos grandes ícones da história do Grêmio, além do próprio Harlei, que defende o Goiás.

Entre os “selecionáveis” para a defesa estariam Jorge Valença, lateral-esquerdo que brilhou no Atlético Mineiro, Cassiá (ex-Internacional) e Mauro Rezende (ex-Olaria).

Já o meio de campo teria um toque de qualidade invejável. Ademir da Guia, Adílio, Delei, Marcelinho Carioca, Geovani (ex-Vasco), Luiz Fumanchu e Vampeta, todos candidatos, deixam saudades nos torcedores dos clubes nos quais atuaram.

O ataque de luxo destas eleições poderia ser integrado por Roberto Dinamite, Romário e Bebeto, com direito a um reserva goleador como Tulio Maravilha, que mesmo aos 41 anos não pensa em deixar o futebol antes de marcar seu gol número 1000.

Outros atacantes que poderiam entrar no elenco seriam Róbson (o “Robgol”), artilheiro do Paysandu, e o recém-aposentado Marques, ex-Atlético-MG. Entre os aspirantes também há treinadores, como Valdir Espinosa.

De todos estes, Danrlei, Vampeta, Adílio, Marcelinho Carioca, Romário e Luiz Fumanchú buscam uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília, enquanto os demais disputam assentos nas assembléias estaduais.

“Em todos os países as chamadas ‘celebridades’ são convidadas a participar da vida política, e o Brasil não é alheio a isso, mas no caso do futebol, que é uma marca registrada do povo brasileiro e com tanta ou mais força que outras manifestações, a relação se faz inevitável”, disse à Agência Efe o sociólogo Carlos Adão Nunes.

Um exemplo disso é a “Democracia corintiana”, movimento liderado nos anos 80 pelo craque Sócrates para que os jogadores tivessem mais participação nas decisões do Corinthians. Posteriormente, o movimento se uniu à campanha por eleições diretas à Presidência da república.

Desde o retorno da democracia, em 1985, passaram pela vida política do país, em diferentes cargos, diversas personalidades ligadas ao futebol, que vão desde o excêntrico Biro-Biro, que foi vereador de São Paulo, até Pelé, ministro do Esporte no Governo de Fernando Henrique Cardoso.

Outros personagens do esporte nacional que também buscam um lugar na política são os ex-boxeadores Maguila Acelino “Popó” Freitas, a ex-nadadora Rebeca Gusmão e a maratonista Maria Zeferina Baldaia.


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"Seleção" de atletas entra no jogo político brasileiro