Havia algum tempo que um Grande Prêmio do Brasil não trazia tantas memórias de Ayrton Senna quanto o deste ano. Quem foi a Interlagos viu a torcida vibrar com um piloto brasileiro conquistando a pole position, assistiu ao desfile da Lotus preta – com a qual Senna disputou a temporada de 1986 – e se lembrou que, exatamente dez anos atrás, o tricampeão mundial disputava o seu último GP do Brasil. Bruno Senna, sobrinho de Ayrton, conduzia o bólido negro.

Dentre os que ainda hoje fazem parte do circo da F-1, poucos guardam tantas memórias de Senna como Ron Dennis, o chefão da equipe McLaren. Em 1983, Dennis foi procurar Ayrton na F-3, oferecendo-lhe uma proposta irrecusável para entrar na F-1. Senna recusou. Mesmo assim, foi em seu time que, anos depois, o brasileiro conquistou seus três títulos mundiais e ganhou duas vezes em Interlagos, em 91 e 93.

"Sempre tive uma relação muito boa com o Ayrton", disse ao <b>Vírgula</b>, enquanto a Lotus de Senna acelerava em Interlagos. "Eu me lembro de uma corrida que ele venceu aqui, debaixo de chuva, só com uma marcha", contou, referindo-se ao GP do Brasil de 91, quando o brasileiro terminou a prova apenas com a sexta marcha.

Ao falar sobre essa época, percebe-se as saudades não só no olhar de Dennis, cuja equipe viveu seu anos dourados com Senna, mas também na expressão dos jornalistas de todo o mundo que cercam o dirigente da McLaren. "É por esse tipo de coisa que Ayrton sempre será lembrado", concluiu.


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Ron Dennis: 'Ayrton sempre será lembrado'