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Um dia para ser esquecido. Ao chegar ao Pacaembu, por volta das sete da noite, já sabia da dificuldade de encontrar um ingresso. Mais tarde, fui me dar conta que não era o único nessa busca.

Andei em volta do estádio umas três vezes, com mais três amigos. Perguntávamos a praticamente todos que passavam: “Tem ingresso? Se tiver sobrando, eu compro”. A resposta era sempre a mesma: “To procurando também, irmão”. De tanto insistir, conseguimos dois ingressos.

A palavra cambista, única saída para conseguir um ingresso em jogos normais, era proibida e a presença deles também. Qualquer um que aparecesse por lá, seria "tomado". A operação “Capota Cambista” foi a solução encontrada para grande parte da Fiel que queria ver o jogo. Inclusive, presenciei membros de uma das organizadas do Corinthians se unir a mais seis torcedores para correr atrás de um cara que mantinha mais de 10 ingressos.

A dúvida e a revolta tomou conta não só de mim, mas também de todos os corintianos que não conseguiram ingressos, e que encontrei no caminho de volta para casa no metrô. Detalhe, voltei para casa logo após ser assaltado, o que é uma outra história.

Por que a última partida do Corinthians em casa teve seus ingressos vendidos pela promoção <i>Nestlé, Torcer Faz bem</i>? E por que essa promoção ainda existe? Uma vez que em qualquer jogo realizado só consegue trocar o produto aquele que amanhece nos postos de troca? É claro que tal prática de venda faz com que os ingressos sempre acabem nas mãos de cambistas.

Falo isso não pelo meu time ter perdido, mas sim por não ter entrado e gritado como os mais de 33 mil fanáticos que estavam dentro do estádio. E por isso não só eu, mas como toda a torcida corintiana e torcedores de qualquer clube pedem o fim dessa promoção que, ao invés de ajudar, atrapalha, e muito. Além, é claro, de incentivar a prática de venda ilegal dos cambistas, o que todos os torcedores devem combater.


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Repórter do <b>Virgula</b> sente na pele a ação de cambistas